Pensar e Falar Angola
O texto é uma ode à vocação marinheira e aventureira do povo de Olhão, povoador de terras litorâneas do Sul de Angola.
Para o escrever, o Marcos passou umas centenas de horas em pesquisas mergulhado nos documentos, nos livros do que resultou um texto de fundo histórico, uma vez que factos e contextos nele narrados foram reais e onde abundam as citações documentais coevas da colonização seiscentista ou de historiadores que sobre eles trabalharam.
Mas em contraste com o discurso do historiador, este, é apaixonante, uma vez que, quer a narração, quer o diálogo, estão cheios de colorido, de sons e fragrâncias, que só mesmo quem andou por aqueles matos e paragens angolanas e de ter aprendido o pulsar das coisas e de ter ele próprio, olhanense, desenvolvido também o sentimento da gente angolana, como num palimpsesto.
O livro é um relato de acções, umas heróicas, outras tão humanas e banais, que ilustram as narrações, reflexões que o autor faz dos factos e onde coloca nas páginas, não uma visão nacionalista e muito menos reaccionária, da relação humana estabelecida pelo colonialismo e o esclavagismo, mas uma visão de quem quer colocar valor, nas pessoas humildes, contrutores de histórias e da História. Os “heróis” da história fazem asneiras e mas também benfeitorias. Não é absolutamente estranha, alguma influência do Fernão Mendes Pinto na sua “Peregrinação”.
A linguagem é diversa e farta, com o uso de termos seiscentistas, de termos típicos do linguajar olhanense, por exemplo: “ Móç’o Vasc’, cala a matraca masé, que tanto lero-lero já me dá vertiges’ ”ou do pré – crioulo da diáspora portugueso-brasileiro-africana da época: “ Tamos xarengados! É mister largar de acá ò peguem a gente em rompendo a alva” ( ...)“Uée, aiuuée mamãuuuee”(...), enfim, alguns os ingredientes para prender a gente ao texto, do princípio ao fim.
Termina com um soberbo glossário por temas, ou origem, de oito páginas, que é de tirar o fôlego, e de extrema utilidade, não fosse o autor um professor de aquém e além mar. Enfim uma obra que faz falta para dar à história uma utilidade não académica, para portugueses e angolanos. Edição e ilustração do autor, impressão da casa Arnaldo Matos Pereira, Lda Loulé, 2008 (200 exemplares).
Para o escrever, o Marcos passou umas centenas de horas em pesquisas mergulhado nos documentos, nos livros do que resultou um texto de fundo histórico, uma vez que factos e contextos nele narrados foram reais e onde abundam as citações documentais coevas da colonização seiscentista ou de historiadores que sobre eles trabalharam.
Mas em contraste com o discurso do historiador, este, é apaixonante, uma vez que, quer a narração, quer o diálogo, estão cheios de colorido, de sons e fragrâncias, que só mesmo quem andou por aqueles matos e paragens angolanas e de ter aprendido o pulsar das coisas e de ter ele próprio, olhanense, desenvolvido também o sentimento da gente angolana, como num palimpsesto.
O livro é um relato de acções, umas heróicas, outras tão humanas e banais, que ilustram as narrações, reflexões que o autor faz dos factos e onde coloca nas páginas, não uma visão nacionalista e muito menos reaccionária, da relação humana estabelecida pelo colonialismo e o esclavagismo, mas uma visão de quem quer colocar valor, nas pessoas humildes, contrutores de histórias e da História. Os “heróis” da história fazem asneiras e mas também benfeitorias. Não é absolutamente estranha, alguma influência do Fernão Mendes Pinto na sua “Peregrinação”.
A linguagem é diversa e farta, com o uso de termos seiscentistas, de termos típicos do linguajar olhanense, por exemplo: “ Móç’o Vasc’, cala a matraca masé, que tanto lero-lero já me dá vertiges’ ”ou do pré – crioulo da diáspora portugueso-brasileiro-africana da época: “ Tamos xarengados! É mister largar de acá ò peguem a gente em rompendo a alva” ( ...)“Uée, aiuuée mamãuuuee”(...), enfim, alguns os ingredientes para prender a gente ao texto, do princípio ao fim.
Termina com um soberbo glossário por temas, ou origem, de oito páginas, que é de tirar o fôlego, e de extrema utilidade, não fosse o autor um professor de aquém e além mar. Enfim uma obra que faz falta para dar à história uma utilidade não académica, para portugueses e angolanos. Edição e ilustração do autor, impressão da casa Arnaldo Matos Pereira, Lda Loulé, 2008 (200 exemplares).
Jorge Sá Pinto
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