É ASSIM:
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
Escritores Angolanos - Frederico Ningi
Fez os estudos primários e secundários na cidade natal e em Luanda realizou estudos de jornalismo.
Presentemente é assistente de comunicação e imagem da Sonangol Aeronáutica. Filho de pais tocoístas, sobre os quais se abateu a restrição de liberdade religiosa na década de 60, cedo começou a ler Bíblia nas versões em Umbundu e Português, tendo-se tornado na adolescência leitor assíduo da literaturta espiritual oriental e praticante de yoga.
Enquanto poeta integra uma das quatro tendências em que podemos analisar a poesia da geração de 80.
Enquanto poeta integra uma das quatro tendências em que podemos analisar a poesia da geração de 80.
Faz parte daquele grupo de poetas iconoclastas, que além de perturbarem a estrutura morfológica das letras e palavras com o jogo de maiúsculas, a presença de termos em línguas nacionais, introduzem uma ordem visual nos seus textos,produzindo um resultado surpreendente na combinação de fotografia, grafismo monocromático e gravuras de tratamento informático.
Dedica-se igualmente à fotografia cuja actividade desenvolve de modo quase profissional.
Dedica-se igualmente à fotografia cuja actividade desenvolve de modo quase profissional.
É membro da União dos Escritores Angolanos e da União dos Artistas Plásticos.
Publicou: Os Címbalos dos Mudos (1994) e Infindos na Ondas (1998)
http://www.nexus.ao/kandjimbo/frederico.htm
Clique em Ler mais e veja alguns quadros de Frederico Ningi
Publicou: Os Címbalos dos Mudos (1994) e Infindos na Ondas (1998)
http://www.nexus.ao/kandjimbo/frederico.htm
Clique em Ler mais e veja alguns quadros de Frederico Ningi
Pensar e Falar Angola
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
Faleceu Fernando Paiva
FERNANDO PAIVA
Faleceu esta madrugada no Hospital dos Capuchos, em Lisboa, Fernando Castro Paiva, um nacionalista angolano que, desde muito jovem, militou pela libertação do seu país.
Fernando Paiva nasceu em Luanda a 3 de Maio de 1939, tendo crescido no bairro operário (o famoso B. O.) situado entre o Alto das Cruzes e a missão católica de S. Paulo. Depois de frequentar a Escola Industrial de Luanda foi estudar em Portugal, no Instituto do Porto onde se formou em agente técnico de engenharia (a designação de então dos engenheiros técnicos), nos finais da década de 1950. Como estudante era membro da Casa dos Estudantes do Império e responsável da delegação da Casa na cidade do Porto.
A Casa dos Estudantes do Império desenvolvia intensa actividade cultural de cariz nacionalista e nela participaram numerosos indivíduos que viriam mais tarde a desempenhar relevante papel na luta de libertação dos seus países, então colónias portuguesas. Fernando Paiva foi um deles.
Em meados de 1961, cerca de cem estudantes africanos oriundos de Angola, Moçambique, São Tomé, Cabo Verde, e alguns familiares realizaram uma fuga colectiva de Portugal para França para integrarem as fileiras nacionalistas. Entre eles João Vieira Lopes, Gentil Viana, Pedro Sobrinho, Manuel Videira, , Carlos Pestana, Tomás Medeiros, Bento Ribeiro, Lopes Teixeira, Jerónimo Wanga, Mateus Neto, Henrique Carreira, Ana Wilson, Africano Neto, José Araújo, Serafina Assis, Henrique Santos, Rui de Sá, Pedro Filipe, Lima de Azevedo, Samuel Abrigada, Fernando Paiva. A maior parte desses estudantes alistou-se no MPLA e são hoje conhecidos só pelo nome de guerra que adoptaram, como por exemplo: Iko, Dibala, Onambwa, Katiana. Muitos deles assumiram cargos directivos no referido Movimento e outros tornaram-se também altos dirigentes do estado angolano.
Aqueles estudantes que fugiram de Portugal em Junho de 1961 foram depois encaminhados para vários países europeus e africanos, conforme a sua escolha de movimento nacionalista ou instruções recebidas das direcções das respectivas organizações políticas. Fernando Paiva foi para a então União Soviética onde concluiu o curso de engenheiro do ramo electricidade, especializado em alta tensão. Nesse pais era o representante dos estudantes angolanos do MPLA. Era também por inerência um dos membros dirigentes da UGEAN, organização que agrupava os estudantes das então colónias portuguesas. Assim desenvolveu vasta actividade associativa e diplomática, participando em numerosos congressos internacionais de estudantes e fóruns de apoio à luta de libertação em África.
Em 1969, recebeu formação militar específica, sendo depois destacado para a frente guerrilheira do MPLA, no Leste. Transferido em 1970 para o Congo Brazzaville, a fim de participar na organização dos serviços de telecomunicações do Movimento (SRT) na Frente Norte, que englobava Cabinda (2ª Região político-militar) e o norte de Angola (1ª Região), foi nomeado responsável dos SRT da Frente Norte, tendo como seu adjunto o actual presidente angolano, José Eduardo dos Santos.
Perante a profunda crise que se vivia no MPLA, Fernando Paiva adere, em Maio de 1974, a um movimento de militantes e quadros, a Revolta Activa, que contestava os métodos e políticas seguidas pela direcção do MPLA. Participa, em Agosto desse ano, no fracassado congresso de Lusaka, que visava fazer a reunificação do MPLA, dividido em três tendências: a da Direcção, a Revolta do Leste (Chipenda) e a Revolta Activa.
Regressado a Angola no início de 1975, começa a trabalhar nos Serviços de Aeronáutica Civil.
Após a proclamação da independência, os serviços de propaganda do regime do MPLA no poder desencadeiam forte ataque contra os chamados «divisionistas» e «fraccionistas», visando membros da ex-Revolta Activa, que se auto-dissolvera no início de 1975, e duma tendência que nascera em Luanda, a OCA. Alguns membros desta organização são logo presos pela recém-criada polícia política, a DISA. Em Março de 1976, o regime passa às ameaças concretas sobre a primeira. Nito Alves, num longo discurso feito na Câmara Municipal de Luanda, defende que sejam banidos dos seus empregos e exemplarmente castigados os membros da ex-Revolta Activa. O Bureau Político do MPLA do qual faziam parte, entre outros, Agostinho Neto, Nito Alves, Lúcio Lara, Iko Carreira, Dilolwa, Ludi Kissassunda
TEXTO SECUNDÁRIO (o chefe da DISA) decide, em 10 de Abril de 1976 a prisão de vários indivíduos que tinham pertencido àquela tendência. A 13 é lançada uma operação de captura a Gentil Viana, Capita, F. Paiva, Brooks, Tito Gonçalves, Lukamba, Totoy, irmãos Justino, Vicente e Merciano Pinto de Andrade, Rafael, Jota, António Menezes e Adolfo Maria. Os dois últimos conseguem escapar e passam a viver na clandestinidade longos meses. Os outros são distribuídos por várias prisões herdadas do regime colonial e vão juntar-se a dois outros ex-membros que tinham sido anteriormente presos: Videira e Castro Lopo.
Só em Setembro de 1978 é que o presidente Agostinho Neto ordena o fim da sua detenção. Os primeiros presos libertados saem da cadeia em Outubro, mas a Disa retém na prisão Jota e Fernando Paiva até meados de Novembro. A este é fixada residência numa cidade a cerca de mil quilómetros de Luanda.
As necessidades de organização e operacionalidade dos aeroportos de Angola levaram a que a empresa pública onde Paiva fora colocado, a ENANA, o requisitasse em breve para os serviços centrais, terminando assim o seu exílio interior. Inteligente, rigoroso no seu desempenho profissional, Fernando Paiva foi-se impondo como um excelente quadro daquela empresa.
Austero de carácter, sóbrio nas suas emoções, fiel nas suas amizades, Fernando Paiva enfrentou sacrifícios com dignidade, até aos instantes finais da sua vida, que expirou depois de um tenaz combate de dez anos contra um cancro.
Angola perde um bravo combatente pela liberdade da Pátria e um exemplar cidadão.
Lisboa, 27 de Novembro de 2007
Pensar e Falar Angola
Faleceu esta madrugada no Hospital dos Capuchos, em Lisboa, Fernando Castro Paiva, um nacionalista angolano que, desde muito jovem, militou pela libertação do seu país.
Fernando Paiva nasceu em Luanda a 3 de Maio de 1939, tendo crescido no bairro operário (o famoso B. O.) situado entre o Alto das Cruzes e a missão católica de S. Paulo. Depois de frequentar a Escola Industrial de Luanda foi estudar em Portugal, no Instituto do Porto onde se formou em agente técnico de engenharia (a designação de então dos engenheiros técnicos), nos finais da década de 1950. Como estudante era membro da Casa dos Estudantes do Império e responsável da delegação da Casa na cidade do Porto.
A Casa dos Estudantes do Império desenvolvia intensa actividade cultural de cariz nacionalista e nela participaram numerosos indivíduos que viriam mais tarde a desempenhar relevante papel na luta de libertação dos seus países, então colónias portuguesas. Fernando Paiva foi um deles.
Em meados de 1961, cerca de cem estudantes africanos oriundos de Angola, Moçambique, São Tomé, Cabo Verde, e alguns familiares realizaram uma fuga colectiva de Portugal para França para integrarem as fileiras nacionalistas. Entre eles João Vieira Lopes, Gentil Viana, Pedro Sobrinho, Manuel Videira, , Carlos Pestana, Tomás Medeiros, Bento Ribeiro, Lopes Teixeira, Jerónimo Wanga, Mateus Neto, Henrique Carreira, Ana Wilson, Africano Neto, José Araújo, Serafina Assis, Henrique Santos, Rui de Sá, Pedro Filipe, Lima de Azevedo, Samuel Abrigada, Fernando Paiva. A maior parte desses estudantes alistou-se no MPLA e são hoje conhecidos só pelo nome de guerra que adoptaram, como por exemplo: Iko, Dibala, Onambwa, Katiana. Muitos deles assumiram cargos directivos no referido Movimento e outros tornaram-se também altos dirigentes do estado angolano.
Aqueles estudantes que fugiram de Portugal em Junho de 1961 foram depois encaminhados para vários países europeus e africanos, conforme a sua escolha de movimento nacionalista ou instruções recebidas das direcções das respectivas organizações políticas. Fernando Paiva foi para a então União Soviética onde concluiu o curso de engenheiro do ramo electricidade, especializado em alta tensão. Nesse pais era o representante dos estudantes angolanos do MPLA. Era também por inerência um dos membros dirigentes da UGEAN, organização que agrupava os estudantes das então colónias portuguesas. Assim desenvolveu vasta actividade associativa e diplomática, participando em numerosos congressos internacionais de estudantes e fóruns de apoio à luta de libertação em África.
Em 1969, recebeu formação militar específica, sendo depois destacado para a frente guerrilheira do MPLA, no Leste. Transferido em 1970 para o Congo Brazzaville, a fim de participar na organização dos serviços de telecomunicações do Movimento (SRT) na Frente Norte, que englobava Cabinda (2ª Região político-militar) e o norte de Angola (1ª Região), foi nomeado responsável dos SRT da Frente Norte, tendo como seu adjunto o actual presidente angolano, José Eduardo dos Santos.
Perante a profunda crise que se vivia no MPLA, Fernando Paiva adere, em Maio de 1974, a um movimento de militantes e quadros, a Revolta Activa, que contestava os métodos e políticas seguidas pela direcção do MPLA. Participa, em Agosto desse ano, no fracassado congresso de Lusaka, que visava fazer a reunificação do MPLA, dividido em três tendências: a da Direcção, a Revolta do Leste (Chipenda) e a Revolta Activa.
Regressado a Angola no início de 1975, começa a trabalhar nos Serviços de Aeronáutica Civil.
Após a proclamação da independência, os serviços de propaganda do regime do MPLA no poder desencadeiam forte ataque contra os chamados «divisionistas» e «fraccionistas», visando membros da ex-Revolta Activa, que se auto-dissolvera no início de 1975, e duma tendência que nascera em Luanda, a OCA. Alguns membros desta organização são logo presos pela recém-criada polícia política, a DISA. Em Março de 1976, o regime passa às ameaças concretas sobre a primeira. Nito Alves, num longo discurso feito na Câmara Municipal de Luanda, defende que sejam banidos dos seus empregos e exemplarmente castigados os membros da ex-Revolta Activa. O Bureau Político do MPLA do qual faziam parte, entre outros, Agostinho Neto, Nito Alves, Lúcio Lara, Iko Carreira, Dilolwa, Ludi Kissassunda
TEXTO SECUNDÁRIO (o chefe da DISA) decide, em 10 de Abril de 1976 a prisão de vários indivíduos que tinham pertencido àquela tendência. A 13 é lançada uma operação de captura a Gentil Viana, Capita, F. Paiva, Brooks, Tito Gonçalves, Lukamba, Totoy, irmãos Justino, Vicente e Merciano Pinto de Andrade, Rafael, Jota, António Menezes e Adolfo Maria. Os dois últimos conseguem escapar e passam a viver na clandestinidade longos meses. Os outros são distribuídos por várias prisões herdadas do regime colonial e vão juntar-se a dois outros ex-membros que tinham sido anteriormente presos: Videira e Castro Lopo.
Só em Setembro de 1978 é que o presidente Agostinho Neto ordena o fim da sua detenção. Os primeiros presos libertados saem da cadeia em Outubro, mas a Disa retém na prisão Jota e Fernando Paiva até meados de Novembro. A este é fixada residência numa cidade a cerca de mil quilómetros de Luanda.
As necessidades de organização e operacionalidade dos aeroportos de Angola levaram a que a empresa pública onde Paiva fora colocado, a ENANA, o requisitasse em breve para os serviços centrais, terminando assim o seu exílio interior. Inteligente, rigoroso no seu desempenho profissional, Fernando Paiva foi-se impondo como um excelente quadro daquela empresa.
Austero de carácter, sóbrio nas suas emoções, fiel nas suas amizades, Fernando Paiva enfrentou sacrifícios com dignidade, até aos instantes finais da sua vida, que expirou depois de um tenaz combate de dez anos contra um cancro.
Angola perde um bravo combatente pela liberdade da Pátria e um exemplar cidadão.
Lisboa, 27 de Novembro de 2007
Pensar e Falar Angola
Escravos
"Todo o português assim como todo o indivíduo de outra nacionalidade residente no território português que intencionalmente, por discursos pronunciados em reuniões públicas ou por manifestos, brochuras, livros, jornais, ou outras publicações destinadas a ser vendidas ou distribuídas gratuitamente ao público, difundam falsas informações a fim de demonstrar e existência de escravatura ou de tráfico de escravos nas colónias portuguesas, será punido com multa de 2.000$00 a 20.000$ ou com prisão maior até dois anos, e poderá ainda ser expulso do território português."
HÁ UMA OUTRA ANGOLA , EM LUANDA
HÁ UMA OUTRA ANGOLA , EM LUANDA
Há uma crónica a circular via Internet cujo titulo é “ LUANDA DE LUXO” .
Nesta crónica expõe-se um pouco do que se passa na denominada “ Luanda do luxo” e nela são esculpidas com cinzéis de aço realidades que não escapam ao olhar dos mais atentos, uns com boas intenções outros não mas ...
realidades que não se conseguem esconder por debaixo dos panos das mesas do pôquer urbano, neste ou em qualquer outro país mais ou menos sofrido e denominados Primeiros-mundos, Segundos, Terceiros, Quartos, enfim... mundos reais neste planeta humanizado e canibalizado por muitos.
Estas realidades doem bastante quando se é pensador, e pensar exige esforço, mas é preciso observar os barulhos da vida ao norte e ao sul do equador e ao mesmo tempo sentir profundamente a vida no silêncio musical do cantar dos pássaros, nas brisas dos ventos trazendo o perfume das florestas após as chuvas que regam e saciam os solos sedentos aonde depois brotam as flores e os bons frutos campestres.
Neste observar a vida em diferentes ângulos e suas nuances, é também muito importante pincelar com letras de mil tons outras realidades visiveis mais interessantes, ao nosso redor, e que ajudam a ter esperança e acreditar em nós próprios , neste nosso mundo dito civilizado.
Façamos aqui a leitura de uma outra realidade angolana que nos envolve e que pode ser denominada como “ HÁ UMA OUTRA ANGOLA, EM LUANDA” .
É nesta Angola que acreditamos, aplaudimos, labutamos e nos orgulhamos, tendo consciência das dificuldades físicas e psíquicas ao redor.
É a Angola dos cidadãos que se esforçam e acreditam numa conduta ética norteados pela moralidade do respeito na construção de um desenvolvimento sustentado.
Há uma crónica a circular via Internet cujo titulo é “ LUANDA DE LUXO” .
Nesta crónica expõe-se um pouco do que se passa na denominada “ Luanda do luxo” e nela são esculpidas com cinzéis de aço realidades que não escapam ao olhar dos mais atentos, uns com boas intenções outros não mas ...
realidades que não se conseguem esconder por debaixo dos panos das mesas do pôquer urbano, neste ou em qualquer outro país mais ou menos sofrido e denominados Primeiros-mundos, Segundos, Terceiros, Quartos, enfim... mundos reais neste planeta humanizado e canibalizado por muitos.
Estas realidades doem bastante quando se é pensador, e pensar exige esforço, mas é preciso observar os barulhos da vida ao norte e ao sul do equador e ao mesmo tempo sentir profundamente a vida no silêncio musical do cantar dos pássaros, nas brisas dos ventos trazendo o perfume das florestas após as chuvas que regam e saciam os solos sedentos aonde depois brotam as flores e os bons frutos campestres.
Neste observar a vida em diferentes ângulos e suas nuances, é também muito importante pincelar com letras de mil tons outras realidades visiveis mais interessantes, ao nosso redor, e que ajudam a ter esperança e acreditar em nós próprios , neste nosso mundo dito civilizado.
Façamos aqui a leitura de uma outra realidade angolana que nos envolve e que pode ser denominada como “ HÁ UMA OUTRA ANGOLA, EM LUANDA” .
É nesta Angola que acreditamos, aplaudimos, labutamos e nos orgulhamos, tendo consciência das dificuldades físicas e psíquicas ao redor.
É a Angola dos cidadãos que se esforçam e acreditam numa conduta ética norteados pela moralidade do respeito na construção de um desenvolvimento sustentado.
Esta Angola com moral existe ao nosso redor, bem juntinho de nós e de nossos filhos e netos, amigos , conhecidos e outros desconhecidos.
Nesta nossa Angola existem pessoas de todos os tons e credos, em número bem superior àqueles que fazem parte da “ Luanda do luxo”, pessoas que realmente trabalham e se esforçam todos os dias para ganhar seu sustento e de sua familia, pessoas que querem aprender e se esforçam em agir com ética mesmo que por vezes não saibam o significado desta palavra mas intuem seu sentido implicitamente.
Estes cidadãos, a maior parte nascidos em berços que não são de ouro, cresceram e crescem em estruturas familiares respeitosas e com moral, apesar da realidade da vida os querer levar muitas vezes por caminhos menos correctos, gananciosos e falaciosos, sem importar a dor gerada a terceiros.
Há em Angola um povo eclético que diariamente labuta, se esforça por melhorar, que busca ser honesto, que estuda, que cumpre horários, que recebe salários mensais ganho com seu próprio esforço mental e físico, que à noite após o jantar dorme com sua família e acorda cedo para ir trabalhar.
Há em Angola um povo que apesar de todas as dificuldades é alegre, amigo, fraternal, humilde, orgulhoso de si e suas raízes e colabora na construção desta grande Nação, apesar dos buracos da vida ao redor.... .
Há em Angola Gente que trabalha por amor ao que faz, Gente que é professor, escritor, artista, médico, advogado, administrador, desportista, estudante, arquitecto, empresário, funcionário privado ou estatal, lavador de carro, pedreiro, carpinteiro, electricista, dona de casa, mãe, pai, irmão, jornalista, professor de ballet ou de música ou de artes plásticas ou de informática, ... enfim... Gente que gosta de seu trabalho e o faz por amor à sua arte, pessoas normais como existem em qualquer outro país normal.
E não são poucas estas pessoas, apesar de não parecerem muitas pois seus rostos não aparecem nas luzes da ribalta e pouco delas se fala.
Infelizmente os holofotes da vida, aqui e em outros lugares do planeta, estão centrados nas discussões daqueles que buscam o poder como fim e não como um meio para se alcançar um desenvolvimento sustentado.
As estruturas sociais, económicas, políticas, ecológicas nesta Nação angolana não se quebraram apesar dos muitos esforços daqueles que gostariam ou querem que isso aconteça, desde um passado longínquo.
Este processo de reestruturação desta Nação africana de espirito universal, nesta nossa lusofonia, é feito com o esforço de cidadãos com norte moral e ético, fora dos focos da Mídia, e não é em vão com certeza este esforço pois acreditamos estar a construir um país mais desenvolvido mesmo que isso demore algum tempo e não seja fácil.
As pequenas e médias empresas angolanas, e são estas que geram empregos e constrõem verdadeiramente o país, funcionam graças ao esforço de pessoas com muita ou pouca especialização mas que são trabalhadoras e cuja vida se norteia pelos valores morais do respeito mesmo diante de muitas contradições sociais, políticas, económicas e ecológicas, internas e externas.
Na realidade, as pequenas e médias empresas em Angola conseguem funcionar e estão evoluindo e com isso o país vai aos poucos reconstruindo-se.
Algumas pessoas, por diversos motivos, consideram uma utopia acreditar na Nação angolana e seu povo mas aqueles que estão envolvidos neste esforço de acreditar em si mesmos e querem uma sociedade angolana mais equilibrada e justa, sabem que isso é possível pois a maior parte deste povo é pacífico, ordeiro, honesto, trabalhador, orgulhosos de si e suas raízes, têm a humildade necessária para aprender quando seus mestres são sapientes, estimam a família, são amigos, fraternos, alegres... apesar dos pesares...
Esta é a “ OUTRA ANGOLA” da qual muito precisamos falar e muito nos orgulhamos, terra abençoada pela natureza.
Valdemar F. Ribeiro
Pensar e Falar Angola
Nesta nossa Angola existem pessoas de todos os tons e credos, em número bem superior àqueles que fazem parte da “ Luanda do luxo”, pessoas que realmente trabalham e se esforçam todos os dias para ganhar seu sustento e de sua familia, pessoas que querem aprender e se esforçam em agir com ética mesmo que por vezes não saibam o significado desta palavra mas intuem seu sentido implicitamente.
Estes cidadãos, a maior parte nascidos em berços que não são de ouro, cresceram e crescem em estruturas familiares respeitosas e com moral, apesar da realidade da vida os querer levar muitas vezes por caminhos menos correctos, gananciosos e falaciosos, sem importar a dor gerada a terceiros.
Há em Angola um povo eclético que diariamente labuta, se esforça por melhorar, que busca ser honesto, que estuda, que cumpre horários, que recebe salários mensais ganho com seu próprio esforço mental e físico, que à noite após o jantar dorme com sua família e acorda cedo para ir trabalhar.
Há em Angola um povo que apesar de todas as dificuldades é alegre, amigo, fraternal, humilde, orgulhoso de si e suas raízes e colabora na construção desta grande Nação, apesar dos buracos da vida ao redor.... .
Há em Angola Gente que trabalha por amor ao que faz, Gente que é professor, escritor, artista, médico, advogado, administrador, desportista, estudante, arquitecto, empresário, funcionário privado ou estatal, lavador de carro, pedreiro, carpinteiro, electricista, dona de casa, mãe, pai, irmão, jornalista, professor de ballet ou de música ou de artes plásticas ou de informática, ... enfim... Gente que gosta de seu trabalho e o faz por amor à sua arte, pessoas normais como existem em qualquer outro país normal.
E não são poucas estas pessoas, apesar de não parecerem muitas pois seus rostos não aparecem nas luzes da ribalta e pouco delas se fala.
Infelizmente os holofotes da vida, aqui e em outros lugares do planeta, estão centrados nas discussões daqueles que buscam o poder como fim e não como um meio para se alcançar um desenvolvimento sustentado.
As estruturas sociais, económicas, políticas, ecológicas nesta Nação angolana não se quebraram apesar dos muitos esforços daqueles que gostariam ou querem que isso aconteça, desde um passado longínquo.
Este processo de reestruturação desta Nação africana de espirito universal, nesta nossa lusofonia, é feito com o esforço de cidadãos com norte moral e ético, fora dos focos da Mídia, e não é em vão com certeza este esforço pois acreditamos estar a construir um país mais desenvolvido mesmo que isso demore algum tempo e não seja fácil.
As pequenas e médias empresas angolanas, e são estas que geram empregos e constrõem verdadeiramente o país, funcionam graças ao esforço de pessoas com muita ou pouca especialização mas que são trabalhadoras e cuja vida se norteia pelos valores morais do respeito mesmo diante de muitas contradições sociais, políticas, económicas e ecológicas, internas e externas.
Na realidade, as pequenas e médias empresas em Angola conseguem funcionar e estão evoluindo e com isso o país vai aos poucos reconstruindo-se.
Algumas pessoas, por diversos motivos, consideram uma utopia acreditar na Nação angolana e seu povo mas aqueles que estão envolvidos neste esforço de acreditar em si mesmos e querem uma sociedade angolana mais equilibrada e justa, sabem que isso é possível pois a maior parte deste povo é pacífico, ordeiro, honesto, trabalhador, orgulhosos de si e suas raízes, têm a humildade necessária para aprender quando seus mestres são sapientes, estimam a família, são amigos, fraternos, alegres... apesar dos pesares...
Esta é a “ OUTRA ANGOLA” da qual muito precisamos falar e muito nos orgulhamos, terra abençoada pela natureza.
Valdemar F. Ribeiro
Pensar e Falar Angola
terça-feira, 27 de novembro de 2007
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
Angolanos projectam Rally Lisboa - Dakar
Os pilotos angolanos Carlos de Oliveira e José Madaleno viajam para a China, onde farão parte numa conferência de imprensa, na sede da direcção da empresa CSG Automóveis Limitada, de apresentação da equipa nacional que irá competir na 30ª edição do Rally Paris-Dakar que se disputa no próximo mês de Janeiro.
A CSG é a empresa que patrocinará a viatura que os pilotos angolanos vão utilizar na prova, cuja equipa denominar-se-á CIF-CSG Auto Team.
No dia oito de Dezembro, os pilotos angolanos embarcam para Paris, onde terão o primeiro contacto com a viatura que vão usar no Rally, que é do modelo SUV de Oting, Diesel (gasóleo) com capacidade para 60 litros, cilindrada 3.2.
Depois de Paris, os pilotos angolanos viajam para Marrocos, onde terão uma preparação de três semanas de condução no deserto para a adaptação e reconhecimento ao terreno, ao passo que na cidade francesa cumprirão uma sessão técnica de mecânica.
No dia 22 de Dezembro, Carlos de Oliveira e José Carlos Madaleno farão a apresentação oficial da equipa em Paris, cidade onde culminarão a sua preparação.
No próximo dia 2 de Janeiro, em Lisboa, os angolanos serão submetidos a uma verificação técnica, quer na viatura quer pessoal, partindo depois, a 5 de Janeiro, para o local da competição, cujo termino acontece no largo La Rosa, em Dakar, Senegal.
Os pilotos angolanos e a empresa CSG participarão no 30º Rally Paris-Dakar para testarem a qualidade da viatura de fabrico chinês, montado em Angola, num percurso de nove mil 573 quilómetros.
Justino Quissua
Justino Quissua, de 24 anos de idade, reside no Rio de Janeiro, onde estuda Contabilidade e Finanças, e onde igualmente pratica desportos aéreos.
O angolano é actualmente o único representante nacional em eventos de voo livre, em Asa delta e representou recentemente o nosso país no pré Mundial de Asa Delta, que teve lugar nos Estados Unidos da América, no Estado de Texas na cidade de Big Spring.
Com um desempenho positivo, qualificou-se em quinquagésimo lugar na classificação geral, dum evento que decorreu durante 5 dias com condições meteorológicas extremas e com equipamento alugado.Justino é apoiado pela Fundação José Eduardo dos Santos (FESA) e pela TAAG, que têm permitido a este atleta levar o nome de Angola bem alto.
domingo, 25 de novembro de 2007
MUNDIAL FUTEBOL 2010
Angola com Benin, Uganda e Niger | ||
Entrando como cabeça-de-série para o sorteio realizado este domingo na África do Sul, Angola vai defrontar Benin, Uganda e Níger na fase de qualificação para o Mundial-2010, que também apura para a Taça das Nações Africanas (CAN). | ||
De referir ainda que Cabo Verde está inserido no grupo 1, com Camarões, Tanzânia e Ilhas Maurícias. Moçambique terá como adversários Costa do Marfim, Botswana e Madagáscar, enquanto a Guiné terá pela frente Quénia, Namíbia e Zimbabué. Eis o sorteio completo da zona africana: Grupo 1: Camarões, Cabo Verde, Tanzânia e Ilhas Maurícias. Grupo 2: Quénia, Namíbia, Guiné e Zimbabué Grupo 3: Angola, Benin, Uganda e Níger Grupo 4: África do Sul, Nigéria, Guiné Equatorial e Serra Leoa Grupo 5: Gana, Líbia, Gabão e Lesoto Grupo 6: Senegal, Gambia, Libéria e Argélia Grupo 7: Costa do Marfim, Moçambique, Botswana e Madagáscar Grupo 8: Marrocos, Mauritânia, Ruanda e Etiópia Grupo 9: Tunísia, Burkina Faso, Burundi e Seicheles Grupo 10: Mali, Chade, Sudão e Congo Grupo 11: Togo, Zâmbia, Eritreia e Suazilândia Grupo 12: Egipto, RD Congo, Malawi e Djibouti |
Pensar e Falar Angola
sábado, 24 de novembro de 2007
Duane Allman
Fez alguns anos,talvez uns vinte que não ouvia estes acordes gentilmente denominados de Litle Martha. Gostava de os ouvir olhando para o mar, serenamente. Lembrava-me sempre dos meus dias longínquos na praia da caotinha. Hoje, peguei nos meus vinílicos e deparei com uma colectanea dos irmãos Allman e lá vinha a Litle Martha. Não resisti procurar no Youtube e aqui vai em jeito de partilha. Não é bela? (foto L.Sá Pinto2007)
O OUTRO LADO
ABOU HAYDARA, historiador senegalês, licenciado em Paris, chefe de Departamento de Línguas e Civilizações Romanas na Universidade Cheik Anta Diop de Dacar, autor de vários livros de História, nomeadamente sobre os Descobrimentos, editou na Harmattan, este ano, um livro de 302 páginas, o seu último livro, "O Outro Lado da Epopeia Portuguesa em África". Não editado em Portugal!, fala sobre a "ternura portuguesa" de que também falava Léopold Sédar Senghor. Esta "ternura" fez milagres na África colonizada, como a mestiçagem, mas também causou enorme sofrimento. Na obra L'Envers de L'épopée Portugaise en Afrique que relata o extenso período entre os séculos XV e XX o autor entusiasma-se quando afirma que "graças às suas viagens marítimas, os portugueses alargaram as fronteiras do mundo". Mas tece fortes críticas ao imperialismo religioso e ao tráfico de escravos que foi efectuado afirmando que "é permitido aos portugueses viver sob todos os céus".
A "ternura africana" dos portugueses permitiu ao poeta Senghor afirmar que " a emoção é negra e a razão grega" e a pedir em Epitáfito que "quando eu morrer, meus amigos, deitem-me sob Joal-la-Portugaise/ das pedras do Forte façam o meu túmulo/ e os canhões guardarão o silêncio".
No resto do livro são críticas e das fortes a um regime português que foi pioneiro numa colonização evangelizadora e do lucro puro e duro. Fica-se a saber que "o primeiro carregamento de escravos africanos foi transportado por portugueses de Angola para Lagos, em Portugal".
Um livro a reter e que deveria já estar publicado em português
TEXTO INICIAL
TEXTO SECUNDÁRIO
Pensar e Falar Angola
A "ternura africana" dos portugueses permitiu ao poeta Senghor afirmar que " a emoção é negra e a razão grega" e a pedir em Epitáfito que "quando eu morrer, meus amigos, deitem-me sob Joal-la-Portugaise/ das pedras do Forte façam o meu túmulo/ e os canhões guardarão o silêncio".
No resto do livro são críticas e das fortes a um regime português que foi pioneiro numa colonização evangelizadora e do lucro puro e duro. Fica-se a saber que "o primeiro carregamento de escravos africanos foi transportado por portugueses de Angola para Lagos, em Portugal".
Um livro a reter e que deveria já estar publicado em português
TEXTO INICIAL
TEXTO SECUNDÁRIO
Pensar e Falar Angola
Feather to fire
Autor do vídeo: Gregory Colbert
Vi este filme num blog da Catalunha, e decidi trazê-lo aqui ao Pensar e Falar Angola.
Este belo registo, tem tudo a ver com África e com a interacção entre humanos e animais.
A narrativa utiliza três línguas: inglês, japonês e espanhol.
Deliciem-se com a harmonia da natureza.
TEXTO SECUNDÁRIO
Pensar e Falar Angola
Vi este filme num blog da Catalunha, e decidi trazê-lo aqui ao Pensar e Falar Angola.
Este belo registo, tem tudo a ver com África e com a interacção entre humanos e animais.
A narrativa utiliza três línguas: inglês, japonês e espanhol.
Deliciem-se com a harmonia da natureza.
TEXTO SECUNDÁRIO
Pensar e Falar Angola
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
Ponte sobre o rio Catumbela
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
Universidade Jean Piaget de Angola
Universidade Jean Piaget de Angola
Campus Universitário de Viana Bairro Capalanka · Viana 10365 Brito Godins ANGOLA Telefone: +244.92301148 Fax: +244.2290872 e-mail: info@angola.ipiaget.org
Campus Universitário de Viana Bairro Capalanka · Viana 10365 Brito Godins ANGOLA Telefone: +244.92301148 Fax: +244.2290872 e-mail: info@angola.ipiaget.org
A Universidade Jean Piaget é uma instituição de ensino superior que ministra 12 cursos que atribuem o grau de licenciatura. Desenvolve as suas actividades em duas localidades do território angolano, mormente na província de Luanda, em Viana, e em Benguela.
Parque Natural - Reserva do Luando
Origem - Estabelecido como Reserva de Caça a 16-04-1938.
Classificação - Reserva Natural Integral, IV, desde 11-12-1957.
Localização - Está situado na província de Malanje, entre os rios Luando, Cuanza e Luasso.
Área - Ocupa 8.280 km².
Limites Geográficos - 10 14' a 11 56' de Latitude Sul e 16 26' a 18 04' de Longitude Este.
Limites Naturais - Limitado a Norte pelo Rio Luando, a Sul pelo limite da Província de Malange entre os rios Cuanza e Luando e a Oeste pelo Rio Cuanza até ao Rio Luando.
Descrição - A pluviosidade média anual é de 1350 mm e a temperatura é de 21,5° C. Existem dois tipos de vegetação dominante: floresta aberta e savana com árvores e arbustos. Os mamíferos mais abundantes são o puku, lechwe (Kobus leche), palanca negra gigante (Hippotragus niger) e a inhala (Kobus ellipsiprymnus - cabra de água).
O Parque de Luando é também conhecido como o paraíso das aves.
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
MULEMBA RESORT HOTEL
Aldeamento da Mulemba - Resort Hotel
Estrada de Cacuaco Km. 9Luanda, Angola
reservas@mulembaresort.com Tel: +244 222 840 108
Estrada de Cacuaco Km. 9Luanda, Angola
reservas@mulembaresort.com Tel: +244 222 840 108
O Aldeamento Mulemba Resort Hotel é uma unidade hoteleira recentemente remodelada com características únicas em Luanda. É o primeiro hotel na horizontal - tipo resort - da capital angolana.
Situada a poucos quilómetros do centro de Luanda, este oásis verdejante constitui um verdadeiro refúgio do buliço da cidade, prestando um serviço de qualidade a turistas e executivos num ambiente onde reina a tranquilidade, o charme e a elegância.
15 suites e 76 quartos decorados com classe e elegância.
Todos os quartos são equipados com ar condicionado individual, TV Cabo, mini bar, cofre de segurança, secretária de trabalhos e casa de banho privativa com secador de cabelo.
Todos os quartos e suites estão situados no piso térreo, têm uma varanda privada e estão rodeados por uma abundante flora tropical.
Salas de Reunião
O Aldeamento Mulemba Resort Hotel conta com 3 salas de reunião equipadas para a realização de reuniões, formação e outros eventos empresariais.
Sala Huambo com 100m2
Sala Uíge com 100m2
Sala Moxico com 120m2
Auditório Huila
O Auditório Huila tem 200m2 e oferece as condições ideais para a realização de conferências, show-rooms e outros eventos.
O Aldeamento Mulemba Resort Hotel conta com 3 salas de reunião equipadas para a realização de reuniões, formação e outros eventos empresariais.
Sala Huambo com 100m2
Sala Uíge com 100m2
Sala Moxico com 120m2
Auditório Huila
O Auditório Huila tem 200m2 e oferece as condições ideais para a realização de conferências, show-rooms e outros eventos.
Diáspora/João de Melo
Diáspora
João Melo
APHAEL EKLU-NATEY, um biólogo togolês radicado na Suíça, teve uma ideia: promover a criação de um fundo para financiar projectos da diáspora africana residente na Europa, a realizar em qualquer país de África. O fundo — cujo capital inicial, segundo a proposta de Eklu-Natey, será de 500 mil euros — será financiado com as contribuições voluntárias d05 membros da diáspora africana, Os próprios contribuintes decidirão se as cotizações que decidirem fazer serão mensais ou trimestrais, Os mesmos — assegura o cientista togolês — poderão recuperar o dinheiro investido a qualquer momento, a juros superiores aos praticados pelos bancos internacionais. O principal objectivo do fundo será financiar projectos considerados «emblemáticos» em África. Certamente por «deformação profissional», Raphael Eldu-Natey mencionou como exemplo de um desses projectos a criação de uma fábrica de medicamentos à base de plantas africanas. «Um projecto desses — que não interessa aos grandes grupos farmacêuticos de origem ocidental — será extremamente rentável e terá um forte valor social acrescentado, disse ele. O biólogo assegurou que todas as disposições serão tomadas para que o fundo seja transparente e funcione de acordo com as normas internacionais. Segundo afirmou, o mesmo será gerido por um Conselho de Administração, alargado aos doadores do fundo e também a personalidades externas de reputação mundial. Os promotores do fundo que poderá ser instalado em Paris, Genebra ou Joanesburgo — vão pedir igualmente o apoio da União Africana. A notícia correu mundo, tendo sido retomada, em especial, por numerosos meios de comunicação social africanos. Compreende-se porquê. Do período da escravatura aos nossos dias — e por razões que, naturalmente, acompanharam todas as metamorfoses ocorridas ao longo dos tempos, modificando-se com elas —, a chamada diáspora africana espalhou-se praticamente por metade do mundo. Entretanto, se aqueles que foram levados como cativos não pensam hoje num regresso efectivo ao continente africano, pois, para todos os efeitos, transformaram-se em americanos, haitianos, colombianos, brasileiros e outros, os que, em especial depois das independências africanas, foram deliberadamente para o exterior, sobretudo a Europa, ainda mantêm um pé em cada continente. A excepção serão os jovens, filhos desses primeiros emigrantes, mas o drama deles é maior do que o do seus pais: embora nascendo europeus, a Europa recusa-se a aceitá-los, preferindo tornar-se cada vez mais velha e carcomida. Não são de todo inusitadas, portanto, ideias e propostas como a da criação de um fundo da diáspora africana na Europa pata a realização de projectos no seu continente-mãe. Aliás, existem exemplos de algumas diásporas nacionais nacionais africanas que contribuem grandemente para o desenvolvimento dos seus países, como é o caso paradigmático da comunidade cabo-verdiana no exterior. Angola não tem, por enquanto, nenhuma política em relação à sua diáspora. Mas ela existe. A rigor, trata-se de várias diásporas, reflectindo a própria diversidade da naçáo angolana. Essas várias diásporas foram sendo formadas em períodos históricos igualmente diferentes e hoje estão radicadas um pouco por todo o mundo, dos países vizinhos a paragens remotas, como Macau ou até mesmo a Austrália, passando pela antiga metrópole colonial, Portugal, e pelo Brasil. Será que um país com o potencial do nosso, mas extremamente limitado em termos de gente, quer quantitativa quer qualitativamente, pode prescindir da(s) sua(s) diáspora(s)? Eis a pergunta que deixo à reflexão dos leitores.
joaorneío@africa-21. com
OUTUBRO 2007— ÁFRICA 21
Pensar e Falar Angola
João Melo
APHAEL EKLU-NATEY, um biólogo togolês radicado na Suíça, teve uma ideia: promover a criação de um fundo para financiar projectos da diáspora africana residente na Europa, a realizar em qualquer país de África. O fundo — cujo capital inicial, segundo a proposta de Eklu-Natey, será de 500 mil euros — será financiado com as contribuições voluntárias d05 membros da diáspora africana, Os próprios contribuintes decidirão se as cotizações que decidirem fazer serão mensais ou trimestrais, Os mesmos — assegura o cientista togolês — poderão recuperar o dinheiro investido a qualquer momento, a juros superiores aos praticados pelos bancos internacionais. O principal objectivo do fundo será financiar projectos considerados «emblemáticos» em África. Certamente por «deformação profissional», Raphael Eldu-Natey mencionou como exemplo de um desses projectos a criação de uma fábrica de medicamentos à base de plantas africanas. «Um projecto desses — que não interessa aos grandes grupos farmacêuticos de origem ocidental — será extremamente rentável e terá um forte valor social acrescentado, disse ele. O biólogo assegurou que todas as disposições serão tomadas para que o fundo seja transparente e funcione de acordo com as normas internacionais. Segundo afirmou, o mesmo será gerido por um Conselho de Administração, alargado aos doadores do fundo e também a personalidades externas de reputação mundial. Os promotores do fundo que poderá ser instalado em Paris, Genebra ou Joanesburgo — vão pedir igualmente o apoio da União Africana. A notícia correu mundo, tendo sido retomada, em especial, por numerosos meios de comunicação social africanos. Compreende-se porquê. Do período da escravatura aos nossos dias — e por razões que, naturalmente, acompanharam todas as metamorfoses ocorridas ao longo dos tempos, modificando-se com elas —, a chamada diáspora africana espalhou-se praticamente por metade do mundo. Entretanto, se aqueles que foram levados como cativos não pensam hoje num regresso efectivo ao continente africano, pois, para todos os efeitos, transformaram-se em americanos, haitianos, colombianos, brasileiros e outros, os que, em especial depois das independências africanas, foram deliberadamente para o exterior, sobretudo a Europa, ainda mantêm um pé em cada continente. A excepção serão os jovens, filhos desses primeiros emigrantes, mas o drama deles é maior do que o do seus pais: embora nascendo europeus, a Europa recusa-se a aceitá-los, preferindo tornar-se cada vez mais velha e carcomida. Não são de todo inusitadas, portanto, ideias e propostas como a da criação de um fundo da diáspora africana na Europa pata a realização de projectos no seu continente-mãe. Aliás, existem exemplos de algumas diásporas nacionais nacionais africanas que contribuem grandemente para o desenvolvimento dos seus países, como é o caso paradigmático da comunidade cabo-verdiana no exterior. Angola não tem, por enquanto, nenhuma política em relação à sua diáspora. Mas ela existe. A rigor, trata-se de várias diásporas, reflectindo a própria diversidade da naçáo angolana. Essas várias diásporas foram sendo formadas em períodos históricos igualmente diferentes e hoje estão radicadas um pouco por todo o mundo, dos países vizinhos a paragens remotas, como Macau ou até mesmo a Austrália, passando pela antiga metrópole colonial, Portugal, e pelo Brasil. Será que um país com o potencial do nosso, mas extremamente limitado em termos de gente, quer quantitativa quer qualitativamente, pode prescindir da(s) sua(s) diáspora(s)? Eis a pergunta que deixo à reflexão dos leitores.
joaorneío@africa-21. com
OUTUBRO 2007— ÁFRICA 21
Pensar e Falar Angola
terça-feira, 20 de novembro de 2007
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