segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Há "lobbies" em Portugal para "desestabilizar" Angola

Há "lobbies" em Portugal para "desestabilizar" Angola

por Lusa
Marcos Barrica
Marcos BarricaFotografia © Howard Burditt / Reuters
Marcos Barrica, embaixador em Lisboa, deu uma entrevista que foi hoje publicada no Jornal de Angola em que afirma haver em Portugal quem passe "desinformação" para prejudicar o seu país.
O embaixador angolano em Lisboa, Marcos Barrica, definiu hoje Portugal como "uma placa giratória onde há muita intoxicação de informação" e onde "lobbies" passam "informação intencionalmente negativa" sobre Angola para "desestabilizar o país" e "desacreditar as instituições".
Numa entrevista hoje publicada pelo estatal Jornal de Angola (clique AQUI para ver), o diplomata diz que as relações entre Angola e Portugal "são relações intensas, favoráveis e recomendam-se" e assinala que foram "celebrados importantes acordos, como, por exemplo, o acordo de facilitação de vistos entre os dois países".
No entanto, "Portugal é uma placa giratória onde há muita intoxicação de informação e que nem sempre é verdadeira. Há muitos 'lobbies' e focos que estão a passar informação, intencionalmente negativa, sobre Angola para desestabilizar o país, para desacreditar as instituições", afirmou Marcos Barrica.
A resposta do embaixador vem na sequência de uma outra consideração acerca da comunidade angolana em Portugal, em que Marcos Barrica considera que existem angolanos "que conhecem melhor a nova Angola e há aqueles que desconhecem, porque as fontes de informação são diversas", embora a missão diplomática tenha "vindo a passar uma informação real".
Na sequência desta resposta, o diplomata é questionado pelo Jornal de Angola acerca das fontes de informação que refere.
Apesar da "intoxicação de informação" que considera existir, com "lobbies" a "passar informação, intencionalmente negativa", para "desestabilizar" o país e "desacreditar as instituições", o embaixador diz que "há um trabalho que está a ser feito, na medida do possível, de modo a que se possa dar informação credível e real sobre o que se passa em Angola".
Marcos Barrica não concretiza quais são os "lobbies" a que se refere.
Na mesma entrevista, o embaixador afirma que os vistos mais concedidos por Angola a portugueses "são os vistos ordinários, dos que vêm em visita", enquanto "os cidadãos que pedem vistos extraordinários vêm para muitos fins", nomeadamente "explorar o mercado de emprego ou para negócios".
O diplomata diz que o recente acordo de facilitação de vistos "veio facilitar, dada a intensidade migratória e a circulação dos cidadãos dos dois países".
"Há muita solicitação de pessoas que querem vir trabalhar em Angola. Isso resolve-se no contexto dos vistos de trabalho, que também foram acautelados no novo acordo de facilitação de vistos que foi assinado. Estes vistos de trabalho são vistos de curta duração, que não exigem longo tempo de permanência e trabalhos de longa duração", afirmou.
Os portugueses que mais procuram Angola profissionalmente são sobretudos da área da construção, indústria, serviços, indústria extrativa, serviços de telecomunicações e transportes, ciência e tecnologia, além de "professores nas academias, porque há uma intensidade nas relações entre as universidades", apontou o embaixador.
O diplomata fala ainda dos reflexos da crise em Portugal na comunidade angolana, no seio da qual afirma existirem "situações de grandes dificuldades para obter emprego", com "empregos temporários" e "sazonais".



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