sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Conheça o Heroi do cinema angolano

Conheça o herói do cinema angolano

Reconhecido internacionalmente, o cineasta Zezé Gamboa
consegue dar maior visibilidade ao cinema africano

Zezé Gamboa sorridente como é de seu costume

Você já ouviu falar de Zezé Gamboa? Provavelmente não! Mas se você é fã incondicional de cinema talvez esse nome soe familiar. Gamboa é o maior cineasta de Angola e de todo o continente africano. O filme de maior sucesso do diretor, “O Herói” (2002), ganhou 29 prêmios internacionais, como o de melhor filme dramático estrangeiro, no Festival Internacional de Sundance (2005), além de ter sido apresentou no Festival de Cannes de 2007. O longa mostrou o talento de Gamboa, que a partir daí garantiu lugar no cenário do cinema internacional.

O cineasta nasceu em Luanda, capital de Angola, em 31 de outubro de 1955, e sempre foi ligado às artes. Aos 18 anos, foi trabalhar na Televisão Pública de Angola (TPA), onde produzia praticamente sozinho todos os jornais do canal. Na década de 80, se mudou para Paris onde trabalhou como técnico de som em mais de 50 produções. Nos anos 90, entrou para o mundo do cinema. “Tenho muitas histórias para contar”, justificou.

Seu primeiro documentário, “Mompiopo”, retrata a história de Angola através da música, característica marcante do país. A produção durou quase 20 anos. O segundo documentário, “Dissidência”, começou em 1992 e só terminou em 1998. A trama mostra versões pouco conhecidas da guerra civil de Angola, por meio de dissidentes dos dois partidos daquele país. Em seguida, filmou “Desassossego de Pessoa” (2002), pequeno documentário-ficção a partir de textos de Fernando Pessoa. Em 2008, o cineasta foi selecionado para fazer um filme institucional sobre a Aldeia Nova, de Waco Cungo. “Bom Dia África”, de 2009, faz parte de um projeto de dez filmes africanos que retratam todo o continente, de norte a sul.

O grande sucesso de Gamboa, “O Herói”, conta a história de Vitório, um soldado de 35 anos que volta à Luanda mutilado após a explosão de uma mina. A história é uma reflexão sobre a longa guerra civil angolana, que durou 27 anos. No momento, Gamboa produz o longa “Kilapi”, com a participação do ator brasileiro Lázaro Ramos. A história é sobre um funcionário de finanças que enganou o estado português na época da colonização. As cenas serão filmadas em Luanda, Lisboa e em João Pessoa (PB).

Uma das características que mais impressionam no trabalho de Gamboa é o destaque dado aos atores. Ele trabalha cuidadosamente com cada um. Para o cineasta, isso é um desafio que o encanta na profissão. O cinema de autor, marca registrada do angolano, exige uma busca constante por recursos. Por isso Gamboa produziu pouco em quase 20 de carreira. Apoio ao cinema não está entre as prioridades do governo angolano. Apesar das dificuldades, ele continua sonhando com um futuro melhor para seu país, apesar de não morar mais lá. Simples, atencioso, generoso e sorridente, Gamboa encanta a todos, não só no cinema.

Fonte: http://www.opais.net/pt/opais/?det=5127&id=1631&utm_medium=referral&utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_content=Perfil

Por: Tabata Viapiana
Edição: Tabata Viapiana
Fotos: Divulgação


Pensar e Falar Angola

1 comentário:

viajantes disse...

Tive oportunidade de ver o Heroi numa mostra de cinema aqui em Portugal. Foi arrebatador. Fiquei verdadeiramente emocionada. Seguia-se entre cada apresentação palestras sobre os filmes e abordou-se a questão dos circuitos comerciais as dificuldades da apresentação nas grandes salas.
Pena mesmo que este filme tivesse aqui "passado ao lado" a muitos amantes da 7ª arte.

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