quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Ciclo Ruy Duarte de Carvalho

E AGORA...VAMOS FAZER MAIS COMO?

Ciclo Ruy Duarte de Carvalho

A convite do Dockanema e do Instituto Camões, encontra-se em Maputo o escritor, cineasta e antropólogo angolano Ruy Duarte de Carvalho para apresentação dos documentários PRESENTE ANGOLANO 79-81 e TEMPO MUMUILA, e para participar em conferências.
Quarta, 10,00h UEM-FLCS PROGRAMA 2 - TEMPO MUMUÍLA
16 / 09 de Ruy Duarte de Carvalho, Angola, 1979, 93'
AMANHÃ 14h UEM-FLCS - Campus Universitário Anfiteatro 1502
CONFERÊNCIA
com Ruy Duarte de Carvalho apresentado por Rita Chaves

Quinta, 10,00h CCFM PROGRAMA 3
17 / 09 de Ruy Duarte de Carvalho, Angola, 1979, 76'
SEGUIDO DE DEBATE

Domingo, 16,00h Teatro Avenida PROGRAMA 2 - TEMPO MUMUÍLA
20 / 09 de Ruy Duarte de Carvalho, Angola, 1979, 93'


RUY DUARTE DE CARVALHO Antropólogo, escritor e cineasta angolano, reside actualmente na Namíbia. Doutorado em etnologia e antropologia social pela EHESS, Paris. Leccionou em Luanda, Coimbra, São Paulo, Paris e Berkeley. Autor de Lavra – poesia reunida 1970-2000 (2005), Vou lá Visitar Pastores (1999), Actas da Maianga (2003), A Câmara, a Escrita e a Coisa Dita – Fitas, Textos e Palestras (2008) e das ficções Os Papéis do Inglês (2001), As Paisagens Propícias (2005), Desmedida - Luanda, São Paulo, São Francisco e Volta (2008) e A Terceira Metade (2009) e realizador de Uma Festa para Viver (1976), Faz Lá Coragem (1976), Camarada (1976), O Deserto e os Mucubais (1976), Presente Angolano (1979), Tempo Mumuíla (1979), O Balanço do Tempo na Cena de Angola (1982) Nelisita (1982), O Recado das Ilhas (1990)

Tal como o cinema recorre à literatura, os seus livros recorrem à linguagem cinematográfica. Parece escrever como quem faz a répèrage para depois filmar. A sua poética viaja em vários suportes, como no caso dos pastores do sul que estão presentes em qualquer dos materiais produzidos.
Filmes como Uma Festa para Viver, É a Vez da Voz do Povo - Faz Lá Coragem, O Deserto e os Mucubais(1976), Presente Angolano, Tempo Mumuíla (1979), participam do acontecer do país. Esta sua maneira de construir narrativas fílmicas envolve directamente os sujeitos na sua fabricação (por oposição a um realizador que fosse omnisciente e se colocasse para lá das actividades das pessoas que está a filmar). Os filmes colocam um realizador em diálogo com as pessoas. A acção vai avançando ao ritmo delas tornando-se quase uma forma de colaboração.
As reflexões sobre cinema de Ruy Duarte sairam em livro “A Câmara Escrita e a coisa dita” e direcionam-se contra um cinema que se preocupa em preservar um mundo em desaparecimento, cristalizado em nostalgia, como etnográfico, defendendo um mundo que, ao invés, se transforma. Defende que deve o “filme ser válido como cinema, útil como referência e fiel como testemunho.” E é assim que os filmes materializam a preocupação estética aliada à consciência política, transversal à sua obra. Nuno Porto refere que Nelisita (1982), que vai passar em sala, “permite comentar a situação de Angola contemporânea da realização do filme, a partir do ponto de vista dos Nyaneka. Neste sentido o filme mostra como o Estado é apercebido localmente, de um modo 'poeticamente eficaz'”.
Uma vez que Ruy Duarte suspendeu a sua actividade cinematográfica, o ciclo oferece-nos um reencontro muito especial com este mundo imagético e suas implicações e a oportunidade de visionar filmes que há muito se perguntava como e onde ver.


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Marta Lança
Coordenadora comunicação e imprensa do DOCKANEMA
Festival de cinema documentário
11-20 Setembro 2009 /// Maputo
Av do Zimbabwe 1348
+258 845492989 (moz)
+351 964878330 (pt)




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