domingo, 6 de setembro de 2009

QUAIS OS RUMOS DA ECONOMIA ANGOLANA ? ( II )

QUAIS OS RUMOS DA ECONOMIA ANGOLANA ? ( II )

AS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS DE TRANSPORTES

No dia 3 de Setembro de 2009 , assistiu-se a uma reportagem transmitida pela Televisão Pública de Angola , feita na Província da Huíla , sul de Angola , informando sobre as graves dificuldades de sobrevivência das pequenas e médias empresas de transportes e de camionistas em geral , do sul de Angola , Huíla e Kunene , pois enfrentam uma competição desleal com empresas de transportes Namibianas e Sul-africanas .

As pequenas e médias empresas angolanas de Transportes Rodoviários têm pouco e difícil acesso aos financiamentos da Banca privada e oficial , com juros muito elevados e prazos de pagamento pouco interessantes .

Estas empresas angolanas ainda têm muitas dificuldades para sobreviverem com seu próprio capital financeiro pois os custos operacionais são grandes e por isso perdem sua força económica pois não é fácil manter uma frota de camiões operacional e competitiva , com manutenção cara e reposição de peças e equipamentos importados com preços altos e ainda muito especulativos .

Muitas das estradas de Angola ainda são difíceis de circular e , se até hoje essas estradas tinham muitos buracos , a partir de agora estão mais transitáveis e mais rápidas mas continuam muito estreitas e perigosas e os automobilistas em geral agora andam com muita velocidade , pondo em risco o transitar dos camiões que muitas vezes se acidentam com graves consequências e prejuízos financeiros .

Os camionistas angolanos são heróis pois durante a fase muito difícil da guerra em Angola , muitas destas pequenas e médias empresas de transporte mantinham o país a funcionar mesmo com risco das próprias vidas dos pequenos empresários donos dos camiões e dos motoristas e ajudantes , num esforço titânico e , até hoje , esse esforço ainda não foi oficialmente reconhecido nem os benefícios económicos são visíveis para estas empresas ou camionistas e as dificuldades continuam imensas numa competição desleal , dentro e fora do país .

Estas empresas angolanas pagam impostos relativamente caros e têm “outras despesas” indirectas ou directas que têm de cumprir para circularem sem aborrecimentos nas estradas do país , as tais “dificuldades que geram facilidades”.

Quando as empresas angolanas fazem fretes para a Namíbia e África do Sul , após passarem a fronteira com a Namibia são impedidos de transportar gasolina extra em seus camiões nem podem utilizar-se de tanques de reserva cheios .

A gasolina em Angola é mais barata do que nos outros países da SADC .

As empresas Namibianas e Sul-africanas não pagam impostos para circularem nas estradas de Angola mas usufruem agora de estradas relativamente melhores e abastecem seus camiões com gasolina angolana e ao retornarem aos seus países de origem , abastecem seus camiões com esta gasolina , em tanques de reserva com até seis mil (6.000) litros e não têm nenhum impedimento ao entrar na Namíbia .

Utilizam também a estratégia de viajarem em grupos , pois são melhores organizados , e ao retornar colocam alguns camiões em cima dos outros mas carregados de gasolina nos tanques extras além de evitarem o desgaste normal destes camiões .

Na Namibia e África do Sul , as empresas de transporte têm fácil acesso e melhores condições de financiamento Bancário , as peças e equipamentos de reposição dos camiões são muito mais baratos e as empresas funcionam burocraticamente com menos impedimentos pois estes países funcionam bem , são organizados e ágeis a tomarem decisões económicas .

Estas empresas Namibianas e Sul-africanas têm preços de frete mais atractivos para os clientes e , naturalmente , levam vantagem comparativamente às empresas de transporte angolanas e , em resultado disso , muitos camiões angolanos já se encontram parados nos seus parques na Huíla e Kunene e outras Provincias de Angola .

Esta competição só pode ser leal se os decisores Institucionais do Estado Angolano e da Banca oficial e privada , de primeiro , segundo e terceiro escalão , implementarem com urgência , com eficiência e eficácia , a Política Económica do Governo e a Banca oficial e privada souber cumprir com seu papel dinamizador das pequenas e médias empresas , permitindo-lhes um poder financeiro que resulte num poder económico capaz de enfrentar a concorrência de outras empresas mais fortes e dinâmicas .

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