José Guerreiro, director-geral da TVC e presidente da Associação Angolana de Publicidade e Marketing, lançou o livro “Publicidade em Angola – Contribuições”. Segundo o autor, a obra “destina-se a criar uma espécie de memória institucional, tentando fazer um histórico informativo e sistematizado, do que foram os últimos trinta ou quarenta anos da publicidade” no país. Tal como descreve José Guerreiro na própria obra, este “não é pois um livro ‘de histórias’ ou de conceitos, mas tão-somente um livro ‘da história’, ou melhor ‘um pouco da história’”. O Briefing lançou algumas questões ao autor, que, para além dos objectivos da sua obra, fala um pouco da publicidade no mercado angolano actualmente. Briefing: O que é que motivou a criação deste livro? José Guerreiro: A motivação principal para escrever este livro, foi a consciência do dever de colocar à disposição dos jovens estudantes universitários e dos profissionais de comunicação mais recentes, alguma experiência por mim acumulada ao longo dos anos e as mais-valias que fui tendo com as funções que fui desempenhando, depois de constatar que existia um grande défice no nosso País relativamente ao conhecimento do passado e das origens do mercado publicitário em Angola (mesmo no período colonial), a história da nossa publicidade, as normas e metodologias, a legislação, o formato do mercado, os principais "players", etc. Briefing: De que forma olha para a publicidade em Angola actualmente? JG: Naturalmente que o desenvolvimento da publicidade em Angola não pode deixar de acompanhar as tendências que se verificam de desenvolvimento de muitos sectores da economia do nosso País, mesmo no quadro da crise internacional que se verificou. Sectores como os serviços financeiros (banca e seguros), a construção e imobiliária, as telecomunicações e as bebidas (alcoólicas e não alcoólicas), para citar os principais, têm sido os principais investidores publicitários no nosso Pais, face ao crescimento económico dos mesmos. Isto não significa que não se verifiquem alguns constrangimentos, como seja alguma legislação que necessita de adequação à nova fase, a questão da auto-regulação, a necessidade de reforço de princípios éticos e deontológicos, nomeadamente quanto à intervenção de Agências de Publicidade não sedeadas no nosso País, etc. Briefing: Está em crescimento? Em quantidade? Em qualidade? Existe já um grande número de anunciantes? JG: Como decorre do que referi anteriormente, existe de facto um crescimento em quantidade e qualidade da publicidade feita e/ou veiculada em Angola. Há um aumento de Agências e Produtoras a trabalhar (incluindo investimento estrangeiro), uma maior diversificação de meios (nomeadamente televisões, jornais e revistas), bem como cada vez um maior número de anunciantes. O facto de se verificar um maior crescimento económico de outras Províncias, também concorre, embora ainda de forma limitada, para este aumento. Sobre a qualidade da publicidade é de registar que várias Agências nossas têm sido premiadas noutros Países, o que demonstra que estamos a fazer, na generalidade, um trabalho muito sério e profissional. Briefing: Até ao momento, que feedback tem tido do livro? JG: Teve uma boa aceitação, nomeadamente pelo público alvo que referi, mas também pela opinião pública no geral, até pelo seu carácter pioneiro, como referiu o escritor João Melo no Prefácio, o que desde logo evidencia a necessidade de outras contribuições, em livros ou revistas, neste domínio específico. Eu fiz o meu papel, pequeno que seja, deu-me muito prazer colocar esta obra no mercado, mas conclui também que ainda há muita coisa a investigar nesta área de conhecimento e da economia, quer no passado, quer na reflexão sobre o futuro, pelo que nada está acabado e é definitivo. AB Fonte: Briefing |
quarta-feira, 5 de maio de 2010
"30 ou 40 anos de publicidade em Angola" em livro de José Guerreiro
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