O HOMEM QUE NÃO TIRA O PALITO DA BOCA
NOTA DE IMPRENSA
A Editorial Nzila anuncia (e convida para acobertura d) o lançamento, no dia 21 de Dezembro (Segunda-feira), às 18 horas, na União dos Escritores Angolanos, do livro de estórias O HOMEM QUE NÃO TIRA O PALITO DA BOCA, da autoria do escritor João Melo.
A apresentação do Livro estará a cargo da professora Fátima Sampaio Fernandes.
O Acesso é livre!
Editorial Nzila
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O livro
O autor usa uma linguagem magnificamente técnica, semiótica, de lógica formal e jurídica – obsessivamente perfeccionista, requintada, paranoicamente explicativa – para tratar de questiúnculas ou, pelo contrário, explicar formalmente, com uma lógica administrativa, a podridão familiar, politica, económica, o quotidiano de miséria, prostituição, indecência, malfeitoria e sacanice (no Sambila e outros bairros) de pobres diabos e cidadãos abandonados pelos coevos. Histórias de casais e traições (infidelidades) são uma das obsessões divertidas de Melo. E, depois, há o tema das raças, cores de pele, classes, mas também o do assassinatopiedoso, entre tantos.
Mesmo brincando e gozando com tudo e com todos, pressente-se que disfarça oincómodo do sofrimento humano com esse riso, que, afinal, não passara de piedade compungida pelos semelhantes, mas não iguais – essa consciência da diferença social funda a auto-ironia que, afinal, é a mais funda (e disfarçada) estratégia da sua prosa cáustica, verdadeira soda agreste.
João Melo leva ao ponto de rebuçado o uso da teoria da literatura e da linguagem tecnocrata como subtexto para o humor: divertimo-nos tanto com as situações cómicas em que as personagens chafurdam quanto com os chistes semióticos dos narradores, que tratam oleitor (e a leitora) por tu.
Parece um ensaísta que perdeu o pé na ficção: dá lições de moral e outras que tal, usa jargão escorreito, ficciona o ensaísmo e ensaia a escolástica. Não é para qualquer um, mas somente para um fauno das letras – como João Ubaldo Ribeiro ou Luiz Fernando Veríssimo – , que inventa a profissão de «localizadores" de mulheres estrangeiras, em mais um dos seus inenarráveis tipos de caluandas.
Muita ironia – justa, amável – sobre Portugal (a "tugolandia") ou o Brasil – esta, concupiscente e amabilíssima – e os EUA verdadeiros bo(m)bos da festança, incluindo Bush. Sugiro, pois, que os leitores se tornem, digamos assim, "localizadores".
Género: Literatura | Colecção: Letras angolanas - 45 |
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