Associando-se ao Conselho Internacional da Dança da UNESCO (CID) a Companhia de Dança Contemporânea de Angola (CDC) felicita todos os profissionais e praticantes de dança em Angola e no mundo, pelo o Dia Mundial da Dança. Comemorado a 29 de Abril, este dia homenageia o coreógrafo francês Jean-Georges Noverre (1727/1810), a quem se devem importantes reformas na dança cénica, dando-lhe o estatuto de arte independente e defendendo o profissionalismo ao reclamar uma formação sólida e abrangente para bailarinos, professores e coreógrafos.
A este propósito, a CDC rectifica em definitivo o equívoco que se instalou em Angola ao veicular-se a informação errada de que Noverre seria o “pai da dança moderna”. Efectivamente, tal dado não é verdadeiro uma vez que, se por um lado, a ele se devem os princípios que regem ainda hoje a dança clássica, por outro, a Dança Moderna (Modern Dance) surge apenas em inícios do séc. XX e Noverre viveu entre os séculos XVIII e XIX, ou seja, quase 200 anos antes, numa época em que florescia a Dança Clássica!
Numa altura em que a dança, acompanhando as novas tecnologias, conhece já outras propostas de organização e extensão do movimento que convivem lado a lado com a eterna dança clássica, a formalizada dança moderna, a tão experimentada dança contemporânea e as danças patrimoniais ancoradas nos distintos contextos antropológicos, a CDC propõe uma reflexão sobre esta actividade exclusiva do ser humano e a descoberta de todas as suas possibilidades, contextos, géneros e formas, de modo a que a dança seja reverenciada com todo o respeito e dignidade que ela merece. A CDC encoraja ainda a que se desista de olhar para a dança apenas como uma actividade recreativa e de lazer, mas que ela seja pensada também como um produto intelectual de investigação e criação (dança cénica), como uma forma de integração (dança inclusiva), como uma forma terapêutica (dançaterapia), como uma forma de educação (dança criativa) entre tantas outras vertentes.
Todos podemos e devemos dançar mas, sobretudo, todos temos o direito a ver, a sentir, a reflectir, a partilhar ou, simplesmente, a fruir da diversidade de discursos com que a dança nos continua a desafiar.
Saudações coreográficas!
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