O município de Benguela, sede da província com o mesmo nome, assinala no dia 17 de Maio, quarta-feira, os seus 400 anos de existência, desde a sua fundação em 1617, por Manuel Cerveira Pereira.Em entrevista à Angop, por ocasião a data, o administrador municipal, Leopoldo Muhongo, considerou Benguela uma das melhores cidades de Angola para se viver, independentemente das dificuldades resultantes da crise económica que o país atravessa actualmente, visto que oferece uma qualidade de vida de topo e um sector da saúde com algum sentido de humanização.
Segundo o administrador, o município continua a elevar as taxas de inclusão, formação académica, alfabetização, realizando projectos que estimulam no domínio da habitação, um fornecimento de energia e água, com algum constrangimento, mas de forma regular faz acontecer e circular a cidade.
Deu a conhecer como principais actividades, a prestação de serviço como maior forma de ocupação da população, para além do sector das pescas e um crescente surgimento de iniciativas no sector da agricultura.
Leopoldo Muhongo afirmou que, de acordo com os dados do Censo, o município controla uma população de aproximadamente 600 mil habitantes e 52 porcento deste número são mulheres, verificando-se ainda uma forte predominância da população jovem nesta composição populacional.
Apontou que, o sector da Educação teve um crescimento significativo fundamentalmente desde do alcance da paz que permitiu a construção de um conjunto de salas aulas e de escola novas que albergam muitas criança e melhorou-se também a qualidade da informação com as condições colocadas ao dispor dos professores.
Sem avançar dados comparativos, referiu que o município controla actualmente 174 escolas, destas 89 públicas e 47 comparticipadas que é o responsabilidades dos sector do estado e privado, mas são tuteladas por igrejas e 38 escolas privadas que no total albergam 2. 310 salas de aula.
“Mas ainda existe défice, só no ensino primário há necessidade de construção de 100 salas por ano, nos próximos 8 a 10 anos”, disse Leopoldo Muhongo afirmando no ano lectivo 2017 foram matriculados 11. 578 alunos na iniciação, 130.230 no ensino primário, 32.372 do primeiro ciclo, 35 mil e 56 no segundo ciclo e 775 no ensino especial e 8.837 alunos no processo de alfabetização.
Referiu que, no sector do ensino superior, o município registou um crescimento desde o alcance da independência, foi possível a implantação da Univerdade Katyavala Bwila com diversos cursos e três politécnicos do sector privado (Instituto Superior Politécnico de Benguela, Jean Piaget e o Maravilha) que oferecem o produto muito diversificado em áreas do saber para que os jovens possam aumentar os seus níveis de competências que se colocarem numa melhor condição.
Quanto ao sector da Saúde, o administrador afirmou que o município conta com um hospital municipal, com cerca de 80 camas para internamento, serviços pediátricos e beneficia de um hospital regional, um centro oftalmológico de referência a nível nacional, com postos médicos distribuídos pelas zonas e que permitem garantir alguma forma de assistência directa a este cerca de 600 mil habitantes.
Reconheceu que, o sistema de saúde vai registando alguma pressão muito forte, uma vez que conta com 28 médicos, sendo cada 10 médicos para 10 mil habitantes e vai trabalhando para aproximar cada vez mais os serviços as populações, levando atenção a mulheres gestantes as salas de parto mais próximas das comunidades e para que os centros e hospitais municipais tenham maiores capacidades.
Apontou ainda no sector da Saúde, a existência do centro de hemodiálise como um dos grandes ganhos do município, porque é um tratamento específico que levou muitos angolanos a imigrarem pelo mundo e pagarem custo muito mais elevado e actualmente há a possibilidade no município dos doentes poderem minimizarem as suas dificuldades diárias.
“Estamos a trabalhar também para sermos mais competitivo em assistência a população e isto deve ser combinado com o factor saneamento básico, quanto mais nos prevenirmos menores quantidades de pessoas teremos doentes com malária e as doenças respiratória, diarreicas agudas”, disse o administrador reforçando o contínuo trabalho na prevenção, assistência médica e medicamentosa quer na quantidade de médicos e fármacos essenciais para as populações.
No sector da Energia e Águas, o responsável referiu que há a malha eléctrica continua a crescer muito, neste momento implementa-se um projecto na linha de financiamento da China, que vai permitir provavelmente até Agosto deste ano ter mais 12 mil ligações, destas mil e 500 domiciliares, fundamentalmente para a zona pré-urbana, que nunca teve energia.
Para além da energia ao domicílio vai-se também trabalhar na iluminação pública para elevar os níveis de segurança nas populações e facilitar o trabalho de patrulhamento da polícia e assim dar mais dignidade e responder de forma pontual algumas carências que as populações vão passando.
Realçou que, no sector das Águas, o nível de cobertura ainda não é satisfatório considerado médio alto, porque nos pontos urbanos mais distantes consegue-se fazer abastecimento de água potável, quer ao domicílio e nas zonas por via de chafariz devidamente contabilizada.
“Mas há que trabalhar para os ponto mais distante onde ainda não conseguimos chegar e os resultados para os furos têm estado a dar água muito salobra e o nível de tratamento é muito oneroso, estamos a trabalhar para encontrar outras soluções”, disse.
Quanto o sector da agricultura, sem apontar dados, o responsável disse que registou-se um crescimento na produção de produto diversos para o mercado local e nacional fundamentalmente para a capital do país, derivado de uma grande recuperação do vale do cavaco e empregar mais pessoas.
No sector das Pescas, Leopoldo Muhongo, salientou que o município tem as suas áreas devidamente distribuídas, sendo a pesca e produção sal, feita em particular no município da Baia-Farta, onde esta a beneficiar nesta altura de um dos maior investimento no sector na zona da Caota, com uma capacidade de congelação e captura de pescado muito elevada, que nos próximos tempos será uma referência obrigatória.
“Estamos a trabalhar também no seguimento da indústria, na perspectiva de continuarmos a atrair muito mais equipamento de serviço para Benguela, empresas e indústria novas e gerar muito mais emprego mas também para atender a juventude, visando dar respostas aos anseios da população.
O administrador considerou que Benguela depois de todo conflito que viveu de um êxodo rural muito forte, é aquele que mais recebeu populações, acerca de 50 anos atrás, visto que era 47 mil habitantes, hoje possui 600 mil habitantes, uma taxa de crescimento assustadora.
Quanto aos desafios, frisou que Benguela precisa com muita urgência resolver os problemas de base que estão ligados ao saneamento, trabalhar muito na melhoria linhas de águas para se ter um sistema urbano a funcionar com redes de águas residuais e fluviais devidamente alinhadas.
“Quando chove em Benguela é sempre um problema, quer no centro urbano como na sua preferia, e este trabalho vai nos permitir muito mais eficiência em investimento que fazermos em estradas, porque se as infra-estruturas estiverem bem feitas o nível de degradação de consequência pluvial é muito menor”, disse.
O município de Benguela tem como limites geográficos, a norte o município da Catumbela, a sul da Baía-Farta e Caimbambo, sudeste Bocoio e oeste o oceano atlântico, com 76 bairros e cinco povoações, seis zonas administrativas.
A 17 de Maio de 1617, Manuel Cerveira Pereira, governador de Angola entre 1615 e 1617, fundou a Baía de Santo António. Essa data passou a ser considerada como data de fundação da cidade de São Filipe de Benguela.
Em 1641 a cidade foi tomada pelos holandeses e a população teve de se refugiar no interior, a cerca de 200 quilómetros do litoral. Sete anos depois, em 1648, Benguela foi libertada e desde então passou a ser porta de passagem para o interior e a região desenvolveu-se muito.
Em 1705 e uma esquadra francesa destruiu a cidade quase completamente, mas entre 1710 e 1755 os benguelenses reconstruíram-na, as construções eram rudimentares, sendo a Igreja de Nossa Senhora do Pópulo, a primeira construção de pedra e cal.
O município de Benguela tem dente outros, como pontos de referência turística, a praia morena, o largo da Peça, o Museu de Arqueologia e as igrejas do Pópulo e da Sé Catedral.
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