quinta-feira, 27 de março de 2014

“Lûmbu: democracia no antigo Kôngo”

Batsîkama lança “Lûmbu: democracia no antigo Kôngo” em Lisboa, na próxima Sexta feira dia 28 de Março de 2014as 18h30, no Rossio.
O livro é uma dupla homenagem para Angola. A primeira relaciona-se com o projecto sobre “Mbânz’a Kôngo, Património da Humanidade”. O autor espera que a instituição integra nos valores culturais que será necessário preservar. A segunda homenagem é em termo do processo da democratização em Angola, como uma das prioridades em busca de Estado-nação angolano.
Quando o português chegou em Mbânz’a Kôngo ele encontrou um Estado democrático. As relações de Rui Pina e de Duarte Lopes, embora numa intonação ocidental, ilustram este facto. Depois de vários séculos de um período obscuro – dominado por guerras, escravatura e todas atrocidades – que passou a sociedade kôngo, as evidências ainda não desapareceram. Além das escritas que encontramos em Portugal, Vaticano, Espanha, Itália, França, Alemanha, Holanda, etc., há provas que ainda não foram bem aproveitadas: onomástica. O autor aproveita disso para expor, em poucas palavras o que terá sido a democracia no antigo Kôngo.
A democracia em Angola, assim pensa o autor, ainda não foi repensada e estudada de forma científica pela “academia” angolana. O que o autor publica agora é apenas um dos capítulos da sua pesquisa sobre “Repensar uma Democracia para Angola”, onde o autor debruça sobre a Democracia antes da chegada dos Portugueses nos Estados de Kôngo/Mbûndu, Lûnda/Côkwe e Umbûndu na primeira parte, e compara (já na segunda parte) com os problemas que o processo da democratização apresenta em Angola. Na presente publicação que é apenas 20% do seu projecto, o autor quer chamar ao debate os académicos angolanos para um olhar perspectivista sobre a democracia angolana que responda a realidade angolana.
Este livro é, por um lado o resumo das pesquisas que o autor tem publicado os relatórios numa trilogia: (1) As origens do reino do Kôngo, 370 páginas; (2) O reino do Kôngo e a sua origem meridional, 348 páginas; (3) Reino do Kôngo consoante a Bibliografia e a Tradição Oral, 360 páginas. Por outro lado, na versão completa (Repensar uma democracia para Angola), a segunda parte é um resumo da Tese de Doutoramento (em antropologia política) do autor que tem 617 páginas mais 189 anexos.
Patrício Batsîkama é natural de Makela ma Zômbo, da linhagem Ñtûmb’a Mvêmb’a Ñzînga. Formou-se em História, Filosofia e História da Arte; antropologia. É bisneto materno do pastor Pedro Sadi de Mbânz’a Kimalômba (Kibokolo) e neto paterno de Raphaël Batsîkama. Autor de uma dúzia de artigos publicados nas revistas científicas, proferiu várias comunicações em várias universidades angolanas, americanas, europeias e asiáticas. É membro UNAP e professor na Universidade Agostinho Neto.


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