Esta "diminuição" do tamanho do nosso mundo, que se faz por via de um acesso quase instantâneo à informação e ao conhecimento do que se passa nos antípodas, é no entanto muito mais aparente do que real.
O conhecimento e a informação não estão assim tão acessíveis como nos querem fazer crer. Na verdade estamos perante um gigantesco jogo de "sombras chinesas", através do qual os "senhores do mundo", autênticos manipuladores da realidade, nos fazem acreditar que:
- a globalização económica é inevitável e é a solução miraculosa que há-de levar o mundo à salvação;
- os líderes mundiais estão genuinamente preocupados com o bem estar das populações e disponibilizam toda a informação para que os governados possam fazer as suas escolhas conscientemente;
- neste movimento inexorável, a diversidade é respeitada e promovida, de tal forma que as diferenças entre todos os seres humanos acabarão por se esbater (veja-se a contradição dos termos).
Mas será isto inevitável? Terão os cidadãos alguma possibilidade de intervir na vida pública, recuperando as suas margens de liberdade e autonomia?
Penso que sim! Seja através do exercício de actividade e debate político no seio de partidos (nos países onde tal é permitido), seja através do exercício da liberdade de pensamento e partilha desse pensamento, usando as tecnologias disponíveis.
Mas para que esse exercício seja efectivo, consequente e possa promover a mudança, torna-se imprescindível uma aposta firme na Educação das populações. Só a educação pode dar o conhecimento e as competências necessárias para o exercício da cidadania.
É por saberem isso que muitos governos, em todo o mundo, não investem o necessário na educação dos seus cidadãos, garantindo dessa forma a perpetuação de um poder que, podendo ser democrático na sua forma exterior (realização de eleições, alternância de partidos no governo), não o é na prática, pois exclui a maioria da população do acesso consciente e informado às decisões sobre a sua vida.
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