Nasci no Bailundo, voce não conhece, o Bailundo é um segredo no mapa da nação. O céu: clara imensidade! O azul de um azul que não existe em mais lugar nenhum. O azul do céu no Bailundo é o mesmo do princípio do mundo. Ás vezes sonho com o céu do Bailundo, brilhante e molhado, e então me transformo em pássaro de voo. Acordo e canto como um pássaro. (…) Tem muito verde lá, paus de toda a espécie, os nomes eu não sei, mas sempre sons bem doces porque o umbundo é a língua que os anjos usam para namorar (…)
Luanda, mal comparando com o Bailundo, é tipo um peixe seco junto a um peixe vivo. No Bailundo a vida é muito cheia de brilhos, veste roupa de Carnaval, espelhinhos, missangas ao pescoço, chocalhos no calcanhar, e sempre, seja noite ou dia, sempre a dançar.
José Eduardo Agualusa, in “As mulheres do meu pai”, 2007
Luanda, mal comparando com o Bailundo, é tipo um peixe seco junto a um peixe vivo. No Bailundo a vida é muito cheia de brilhos, veste roupa de Carnaval, espelhinhos, missangas ao pescoço, chocalhos no calcanhar, e sempre, seja noite ou dia, sempre a dançar.
José Eduardo Agualusa, in “As mulheres do meu pai”, 2007
Pensar e Falar Angola
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