sábado, 4 de abril de 2009

7º Aniversário do Protocolo de Lusaka

ANGOP

O povo angolano assinala hoje, 4 de Abril de 2009, o sétimo aniversário da assinatura do Memorando de Entendimento Complementar ao Protocolo de Lusaka, entre o Governo e a Unita, marcando o fim de um longo período de guerra.

 

Neste dia, em 2002, a Nação presenciou com entusiasmo e esperança, no Palácio dos Congressos, em Luanda, o abraço solidário entre irmãos desavindos e o rubricar de documentos que puseram fim a 30 anos de guerra.

 

A cerimónia foi assistida pelo Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, por representantes da comunidade nacional e internacional.

 

A partir da assinatura, o 4 de Abril foi instituído como feriado nacional e passou a ser, entre nós, uma referência histórica importante na luta do povo angolano, pois marcou uma viragem decisiva no processo político e no de desenvolvimento de Angola.

 

A data constitui, igualmente, uma das maiores conquistas do povo angolano após a Independência  Nacional, a 11 de Novembro de 1975.

 

De facto, o país está a viver um ambiente de Paz Justa e Definitiva, um momento particularmente importante na nossa história, nunca antes experimentado pelo povo angolano, mesmo num passado longínquo, bem como desde o nascimento de Angola como um estado independente e soberano.

 

Justa porque a paz alcançada não foi uma imposição de forças externas, mas o resultado de esforços dos próprios angolanos, que entenderam que havia a imperiosa necessidade da cessação das hostilidades e de encetarem o processo de conclusão das tarefas remanescentes do Protocolo de Lusaka, tendo em vista o estabelecimento da paz e a consequente reconciliação e reconstrução multifacética do País.


 
Pela primeira vez um protocolo visando a Paz foi assinado, em território nacional, sem qualquer mediação externa. Esta Paz corresponde aos interesses mais legítimos do povo angolano.

 

Definitiva porque a Paz conquistada deve continuar a ser consolidada no nosso dia-a-dia, através de acções e atitudes práticas, devendo todos contribuir para que este processo seja irreversível.

 

É vontade de todos os angolanos que sejam removidos todos os factores do passado, de modo a construirmos uma Pátria unida, solidária e madura, orientada pelos valores da unidade nacional, da democracia, liberdade, justiça social e pelo respeito dos direitos 
humanos.

 

Conquistada a Paz, novos desafios se colocam ao povo angolano, pois torna-se necessário continuar a envidar esforços para a sua consolidação, através do desenvolvimento de um conjunto de acções, que visem combater a fome e a pobreza.

 

Deve-se também promover a tolerância e o respeito pela diferença de opiniões e filiação partidária, bem como incentivar o sentimento patriótico da população, sobretudo nas crianças e jovens, e fortalecer as instituições do Estado Democrático de Direito como 
premissa indispensável para encetar, com firmeza, novos passos rumo ao crescimento harmonioso do País.

 

Pois, citando o Presidente da República, José Eduardo dos Santo ”quem ama verdadeiramente a Paz, tem de saber perdoar, reconciliar-se com o seu próximo, contribuindo assim para uma união verdadeira e sólida dos angolanos, sem prejuízo para as divergências que uns e outros possam expressar”.

 

A Paz definitiva é encarada como início de uma nova era de reconstrução do País, a ser feita por todos os angolanos, que de mãos dadas, esquecendo os ódios e dores do passado, as diferenças ideológicas e de religião, de cor e sexo, de filiação partidária ou região, de condição e estatuto social, estão a trilhar o caminho do desenvolvimento.

 

Decorridos sete anos, pode-se perceber nas atitudes, no comportamento, nas acções, nas feições dos rostos e manifestações de todos os angolanos a importância da Paz, que duramente conquistada tem gerado solidariedade e tolerância consentâneos com as exigências duma mentalidade e cultura contemporâneas.

 

Se a 4 de Abril de 2002 os angolanos deram um exemplo ao Mundo, a 5 e 6 de Setembro do ano transacto, confirmaram esta maturidade elegendo com civismo, num clima de paz, harmonia e fraternidade entre todos, sem recurso à violência verbal ou física, os deputados ao parlamento.

 

A comunidade nacional e internacional não poupou elogios aos cidadãos que com civismo acabaram com o pessimismo de muitos quanto a realização de um processo imaculado.

 

Os resultados definitivos, divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), confirmam a vitória do MPLA com 5.266.216 votos, correspondendo a 81,64 porcento. Na posição seguinte ficou a UNITA, com 670.363 votos, 10,39 porcento, e na terceira 
posição o PRS, com 204.746 votos, perfazendo 3,17 porcento.

 

Votaram 7.213.246 eleitores dos 8.256.584 registados, representado 87,36 porcento.

 

Hoje, Angola está a conquistar o seu lugar no topo do contexto das nações africanas, quer a nível político e económico, quer desportivo.

 

Neste último, é uma ousadia para poucos, organizar um Campeonato Africano de Futebol , quanto mais para um país que saiu de um longo período de guerra.

 

O país está unido para em 2010 organizar, com pompa, um dos maiores eventos desportivos do continente.

 

Por Paulino Neto



Pensar e Falar Angola

Sem comentários: