“ A realização destes jogos em Angola não acontece por acaso, nem é fachada vistosa que utilizamos para esconder as debilidades dum desporto sem princípios, sem organização e sem praticantes. E nem persegue sequer outros objectivos do que aqueles e bem generosos eles são que norteiam as relações desportivas internacionais, particularmente entre os Países do nosso continente”
Foi com estas palavras que Rui Alberto Vieira Dias Mingas, ao tempo Secretário de Estado de Educação Física e Desportos da então Republica Popular de Angola, discursou na abertura dos 2ºs Jogos da África Central em Luanda no longínquo 20 de Agosto de 1981.
Quando se aproxima o CAN, que se realizará no nosso País no dealbar de 2010, é importante recordar que Angola organizou no início dos anos 80, indiscutivelmente o seu maior evento desportiva de sempre. De 20 de Agosto a 3 de Setembro, com um empenhamento enorme do conjunto de dirigentes e quadros, que então estavam na Secretaria de Estado dos Desportos e com gente de grande qualidade que se esforçou de forma estóica, provenientes das federações desportivas, das associações, das escolas e de alguns organismos estatais, organizaram-se os 2ºs Jogos da África Central.
Sem esta gente, não teria sido possível montar uns jogos de tão grande dimensão, que entusiasmaram a população de Luanda e Huambo, que tiveram a possibilidade de ver alguns dos melhores atletas africanos e proporcionaram simultaneamente um programa cultural de grande qualidade.
Organizar uns jogos com 12 países, com um conjunto de modalidades diversificadas, como o futebol, basquetebol, andebol, ciclismo, boxe, atletismo, voleibol e judo, na maior parte com participações masculinas e femininas, há que convir que foi um esforço enorme, mas também o factor decisivo para dar a grande imagem de capacidade de organização, de voluntarismo e de envolvimento humano, e acima de tudo o demonstrar do orgulho de se ser angolano, junto de uma comunidade internacional ainda céptica em relação à jovem Republica Popular de Angola.
Podia cair na tentação de entrar em comparações, mas não o devo fazer, mormente porque o que envolveu as pessoas e as circunstâncias políticas naquele distante 1981, nada tem a ver com o que se tem vindo a assistir na organização do CAN 2010.
CONTINUA
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