Origem - Estabelecido como Reserva de Caça a 16-04-1938.
Classificação - Reserva Natural Integral, IV, desde 11-12-1957.
Localização- Está situado na província de Malanje, entre os rios Luando, Cuanza e Luasso.
Área - Ocupa 8.280 km².
Limites Naturais - Limitado a Norte pelo Rio Luando, a Sul pelo limite da Província de Malange entre os rios Cuanza e Luando e a Oeste pelo Rio Cuanza até ao Rio Luando.
Descrição - A pluviosidade média anual é de 1350 mm e a temperatura é de 21,5° C. Existem dois tipos de vegetação dominante: floresta aberta e savana com árvores e arbustos. Os mamíferos mais abundantes são o puku, lechwe (Kobus leche), palanca negra gigante (Hippotragus niger) e a inhala (Kobus ellipsiprymnus - cabra de água). O Parque de Luando é também conhecido como o paraíso das aves.
Uma expedição científica vai percorrer em Setembro o Parque Nacional de Cangandala, na província angolana de Malange, para tentar encontrar a Palanca Negra gigante, uma espécie única de antílope que apenas vive naquela região do centro de Angola.
Estes grandes antílopes negros, com chifres longos e encurvados para trás, são especialmente acarinhados pela população angolana, não só por ser uma espécie que apenas existe no país, mas também porque a Palanca Negra é um dos símbolos nacionais.
Não é, por isso, de estranhar que os jogadores da selecção nacional de futebol sejam conhecidos como os "palancas negras", nem que este animal seja o símbolo que viaja pelo mundo pintado nos aviões da TAAG (Transportes Aéreos de Angola).
O problema é que a última fotografia de uma palanca negra gigante foi tirada em 1982 e, nas últimas duas décadas, ninguém conseguiu provar que viu este animal, o que criou a ideia de que a espécie teria sido extinta.
A esperança voltou, no entanto, a surgir em Setembro de 2003 quando, durante uma expedição em Cangandala, alguns dos elementos viram, por breves instantes, o que julgam ser uma palanca negra gigante.
"É esse o motivo que nos leva a fazer esta expedição", afirmou Pedro Vaz Pinto, coordenador do Núcleo de Ambiente e Recursos Naturais do Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica de Angola.
Para este especialista, "não há dúvidas" de que ainda existem palancas negras gigantes, mas admitiu que o problema é a "falta de provas".
"Na anterior expedição, em Setembro de 2003, houve membros da equipa que viram palancas, mas não o podemos provar porque não foi possível tirar nenhuma fotografia", afirmou, em declarações à Lusa.
"Todos os indícios indirectos que recolhemos durante a expedição são muito fortes, por isso, não há dúvidas de que as palancas estão lá", acrescentou.
Para tentar esclarecer a questão em definitivo está a ser preparada uma expedição que vai contar com a participação do Ministério do Ambiente e do Governo Provincial de Malange, tendo sido também solicitado apoio ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e às Forças Armadas Angolanas (FAA).
Ao contrário da expedição realizada há cerca de um ano, que envolveu grandes caminhadas à procura de rastos e vestígios, a próxima vai utilizar ultraleves, o que permitirá aumentar o raio de busca.
"Na primeira expedição, acampámos no mato e percorremos a pé uma área com cerca de 630 quilómetros quadrados, de manhã à noite", recordou Pedro Vaz Pinto.
O interesse pela palanca negra gigante renasceu em meados de 2000, quando surgiram relatos de populações que habitam no Parque Nacional de Cangandala sobre a passagem de animais que, alegadamente, estariam a fugir para a região de Nharea, na província do Bié, para evitar os confrontos militares.
A palanca negra gigante sempre foi conhecida por ser um animal muito sensível à presença humana, afirmando os especialistas que é possível atravessar durante semanas seguidas o território de um macho sem nunca o encontrar.
Na sequência daquelas informações, foram realizadas nos últimos quatro anos várias tentativas para encontrar as palancas negras gigantes, em Cangandala e na vizinha Reserva Natural do Luando, mas nenhuma teve sucesso.
Pedro Vaz Pinto acredita, no entanto, que a expedição que está a ser preparada pode alterar esta situação, já que estão a ser criadas condições para que venha a ter sucesso, nomeadamente a utilização de ultraleves e de câmaras fotográficas automáticas que serão colocadas em locais específicos.
Por essa razão, Pedro Vaz Pinto já pensa no "próximo passo", que é a elaboração de um plano de protecção a esta espécie.
"Tem que ser elaborado um plano de conservação que seja sustentável.
Já foram feitos contactos preliminares e há muitas organizações nacionais e internacionais que estão dispostas a financiar a protecção e conservação da palanca", afirmou.
A palanca preta gigante foi descoberta em 1909 por Frank Varian, um engenheiro belga que trabalhava para os Caminhos de Ferro de Benguela, causando grande agitação na comunidade científica, que considerou extraordinário que um animal com características tão especiais ainda permanecesse escondido nas matas do interior de Angola.
Esta espécie, única no mundo, apenas vive numa área do centro de Angola, delimitada pelos rios Cuanza e Luando, organizando-se em manadas de fêmeas e respectivas crias, grupos de machos jovens e machos adultos solitários.
A raridade deste animal e as suas características únicas fazem com que esteja incluído, desde 1933, nas listas internacionais de espécies sob protecção absoluta.
Para especialistas como Pedro Vaz Pinto, os relatos frequentes de populares da região de Cangandala, que dão conta da existência de palancas negras, e a grande quantidade de pegadas descobertas durante a expedição de Setembro de 2003 levam a acreditar que elas ainda não estão extintas.
Por outro lado, não é de crer que apenas as palancas tenha desaparecido da região de Cangandala, onde não há notícias da extinção das outras espécies animais que ali têm o seu "habitat", assim como também não há registo de um surto de uma qualquer doença que tenha afectado apenas a população de palancas negras gigantes.
Nesse sentido, Pedro Vaz Pinto considera "ser credível assumir a existência de palancas negras gigantes no Parque Nacional de Cangandala", apesar de admitir que ainda é necessário "provar essa suposição".
É o que vai tentar fazer a expedição que está a ser preparada para este mês.
NME/FR.
Lusa/Fim
Pensar e Falar Angola
Estes grandes antílopes negros, com chifres longos e encurvados para trás, são especialmente acarinhados pela população angolana, não só por ser uma espécie que apenas existe no país, mas também porque a Palanca Negra é um dos símbolos nacionais.
Não é, por isso, de estranhar que os jogadores da selecção nacional de futebol sejam conhecidos como os "palancas negras", nem que este animal seja o símbolo que viaja pelo mundo pintado nos aviões da TAAG (Transportes Aéreos de Angola).
O problema é que a última fotografia de uma palanca negra gigante foi tirada em 1982 e, nas últimas duas décadas, ninguém conseguiu provar que viu este animal, o que criou a ideia de que a espécie teria sido extinta.
A esperança voltou, no entanto, a surgir em Setembro de 2003 quando, durante uma expedição em Cangandala, alguns dos elementos viram, por breves instantes, o que julgam ser uma palanca negra gigante.
"É esse o motivo que nos leva a fazer esta expedição", afirmou Pedro Vaz Pinto, coordenador do Núcleo de Ambiente e Recursos Naturais do Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica de Angola.
Para este especialista, "não há dúvidas" de que ainda existem palancas negras gigantes, mas admitiu que o problema é a "falta de provas".
"Na anterior expedição, em Setembro de 2003, houve membros da equipa que viram palancas, mas não o podemos provar porque não foi possível tirar nenhuma fotografia", afirmou, em declarações à Lusa.
"Todos os indícios indirectos que recolhemos durante a expedição são muito fortes, por isso, não há dúvidas de que as palancas estão lá", acrescentou.
Para tentar esclarecer a questão em definitivo está a ser preparada uma expedição que vai contar com a participação do Ministério do Ambiente e do Governo Provincial de Malange, tendo sido também solicitado apoio ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e às Forças Armadas Angolanas (FAA).
Ao contrário da expedição realizada há cerca de um ano, que envolveu grandes caminhadas à procura de rastos e vestígios, a próxima vai utilizar ultraleves, o que permitirá aumentar o raio de busca.
"Na primeira expedição, acampámos no mato e percorremos a pé uma área com cerca de 630 quilómetros quadrados, de manhã à noite", recordou Pedro Vaz Pinto.
O interesse pela palanca negra gigante renasceu em meados de 2000, quando surgiram relatos de populações que habitam no Parque Nacional de Cangandala sobre a passagem de animais que, alegadamente, estariam a fugir para a região de Nharea, na província do Bié, para evitar os confrontos militares.
A palanca negra gigante sempre foi conhecida por ser um animal muito sensível à presença humana, afirmando os especialistas que é possível atravessar durante semanas seguidas o território de um macho sem nunca o encontrar.
Na sequência daquelas informações, foram realizadas nos últimos quatro anos várias tentativas para encontrar as palancas negras gigantes, em Cangandala e na vizinha Reserva Natural do Luando, mas nenhuma teve sucesso.
Pedro Vaz Pinto acredita, no entanto, que a expedição que está a ser preparada pode alterar esta situação, já que estão a ser criadas condições para que venha a ter sucesso, nomeadamente a utilização de ultraleves e de câmaras fotográficas automáticas que serão colocadas em locais específicos.
Por essa razão, Pedro Vaz Pinto já pensa no "próximo passo", que é a elaboração de um plano de protecção a esta espécie.
"Tem que ser elaborado um plano de conservação que seja sustentável.
Já foram feitos contactos preliminares e há muitas organizações nacionais e internacionais que estão dispostas a financiar a protecção e conservação da palanca", afirmou.
A palanca preta gigante foi descoberta em 1909 por Frank Varian, um engenheiro belga que trabalhava para os Caminhos de Ferro de Benguela, causando grande agitação na comunidade científica, que considerou extraordinário que um animal com características tão especiais ainda permanecesse escondido nas matas do interior de Angola.
Esta espécie, única no mundo, apenas vive numa área do centro de Angola, delimitada pelos rios Cuanza e Luando, organizando-se em manadas de fêmeas e respectivas crias, grupos de machos jovens e machos adultos solitários.
A raridade deste animal e as suas características únicas fazem com que esteja incluído, desde 1933, nas listas internacionais de espécies sob protecção absoluta.
Para especialistas como Pedro Vaz Pinto, os relatos frequentes de populares da região de Cangandala, que dão conta da existência de palancas negras, e a grande quantidade de pegadas descobertas durante a expedição de Setembro de 2003 levam a acreditar que elas ainda não estão extintas.
Por outro lado, não é de crer que apenas as palancas tenha desaparecido da região de Cangandala, onde não há notícias da extinção das outras espécies animais que ali têm o seu "habitat", assim como também não há registo de um surto de uma qualquer doença que tenha afectado apenas a população de palancas negras gigantes.
Nesse sentido, Pedro Vaz Pinto considera "ser credível assumir a existência de palancas negras gigantes no Parque Nacional de Cangandala", apesar de admitir que ainda é necessário "provar essa suposição".
É o que vai tentar fazer a expedição que está a ser preparada para este mês.
NME/FR.
Lusa/Fim
Pensar e Falar Angola
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