segunda-feira, 7 de abril de 2008
Novo comentário em Por uma Luanda melhor. (1)
Anónimo deixou um novo comentário na sua mensagem "Por uma Luanda melhor":
O PERCURSO De DR HUGO JOS� AZANCOT DE MENEZES
Hugo de Menezes nasceu na cidade de S�o Tom� a 02 de fevereiro de 1928, filho do Dr Ayres Sacramento de Menezes.
Aos tr�s anos de idade chegou a Angola onde fez o ensino prim�rio.
Nos anos 40, fez o estudo secund�rio e superior em Lisboa, onde concluiu o curso de medicina pela faculdade de Lisboa.
Neste pais, participou na funda�o e direc�o de associa�es estudantis, como a casa dos estudantes do imp�rio juntamente com M�rio Pinto de Andrade ,Jacob Azancot de Menezes, Manuel Pedro Azancot de Menezes, Marcelino dos Santos e outros.
Em janeiro de 1959 parte de Lisboa para Londres com objectivo de fazer uma especialidade, e contactar nacionalistas das col�nias de express�o inglesa como Joshua Nkomo( ent�o presidente da Zapu, e mais tarde vice-presidente do Zimbabu�),George Houser ( director executivo do Am�rican Commitee on �frica),Al�o Bashorun ( defensor de Naby Yola ,na Nig�ria e baston�rio da ordem dos advogados no mesmo pais9, Felix Moumi� ( presidente da UPC, Uni�o das popula�es dos Camar�es),Bem Barka (na altura secret�rio da UMT- Uni�o Marroquina do trabalho), e outros, os quais se tornou amigo e confidente das suas ideias revolucion�rias.
Uns meses depois vai para Paris, onde se junta a nacionalistas da Fianfe ( pol�ticos nacionalistas das ex. col�nias Francesas ) como por exemplo Henry Lopez( actualmente embaixador do Congo em Paris),o ent�o embaixador da Guin�-Conacry em Paris( Naby Yola).
A este �ltimo pediu para ir para Conacry, n�o s� com objectivo de exercer a sua profiss�o de m�dico como tamb�m para prosseguir as actividades pol�ticas iniciadas em lisboa.
Desta forma ,Hugo de Menezes chega ao j� independente pais africano a 05-de agosto de 1959 por decis�o do pr�prio presidente Sekou -Tour�.
Ainda em 1959 funda o movimento de liberta�o dos territ�rios sob a domina�o Portuguesa.
Em fevereiro de 1960 apresenta-se em Tunes na 2� confer�ncia dos povos africanos, como membro do MAC , com ele encontram-se Amilcar Cabral, Viriato da Cruz, Mario Pinto de Andrade , e outros.
Encontram-se igualmente presente o nacionalista Gilmore ,hoje Holden Roberto , com o qual a partir desta data iniciou correspond�ncia e di�logo ass�duos.
De regresso ao pais que o acolheu, Hugo utiliza da sua influ�ncia junto do presidente Sekou-tour� a fim de permitir a entrada de alguns camaradas seus que ent�o pudessem lan�ar o grito da liberdade.
L�cio Lara e sua fam�lia foram os primeiros, seguindo-lhe Viriato da Cruz e esposa Maria Eug�nia Cruz , M�rio de Andrade , Am�lcar Cabral e dr Eduardo Macedo dos Santos e esposa Maria Judith dos Santos e Maria da Concei�o Boavida que em conjunto com a esposa do Dr Hugo Jos� Azancot de Menezes a Maria de La Salette Guerra de Menezes criam o primeiro n�cleo da OMA ( fundada a organiza�o das mulheres angolanas ) sendo cinco as fundadoras da OMA ( Ruth Lara ,Maria de La Salete Guerra de Menezes ,Maria da Concei�o Boavida ( esposa do Dr Am�rico Boavida), Maria Judith dos Santos (esposa de um dos fundadores do M.P.L.A Dr Eduardo dos Santos) ,Helena Trovoada (esposa de Miguel Trovoada antigo presidente de S�o Tom� e Pr�ncipe).
A Maria De La Salette como militante participa em diversas actividades da OMA e em sua casa aloja a Diolinda Rodrigues de Almeida e Matias Rodrigues Migu�is .
Na resid�ncia de Hugo, noites e dias �rduos ,passados em discuss�es e trabalho� nasce o MPLA ( movimento popular de liberta�o de Angola).
Desta forma � criado o 1� comit� director do MPLA ,possuindo Menezes o cart�o n� 6,sendo na realidade Membro fundador n�5 do MPLA .
De todos ,� o �nico que possui uma actividade remunerada, utilizando o seu rendimento e meio de transporte pessoal para que o movimento desse os seus primeiros passos.
Dr Hugo de Menezes e Dr Eduardo Macedo dos Santos fazem os primeiros contactos com os refugiados angolanos existentes no Congo de forma clandestina.
A 5 de agosto de 1961 parte com a fam�lia para o Congo Leopoldville ,a� forma com outros jovens m�dicos angolanos rec�m chegados o CVAAR ( centro volunt�rio de assist�ncia aos Angolanos refugiados).
Participou na aquisi�o clandestina de armas de um paiol do governo congol�s.
Em 1962 representa o MPLA em Accra(Ghana ) como Freedom Fighters e a esposa tornando-se locutora da r�dio GHANA para emiss�es em l�ngua portuguesa.
Em Accra , contando unicamente com os seus pr�prios meios, redigiu e editou o primeiro jornal do MPLA , Fa�lha.
Em 1964 entrevistou Ernesto Che Guevara como rep�rter do mesmo jornal, na resid�ncia do embaixador de Cuba em Ghana , Armando Entralgo Gonzales.
Ainda em Accra, emprega-se na r�dio Ghana juntamente com a sua esposa nas emiss�es de l�ngua portuguesa onde fazem um trabalho excepcional. Enviam para todo mundo mensagens sobre atrocidades do colonialismo portugu�s ,e convida os angolanos a reagirem e lutarem pela sua liberdade. Estas emiss�es s�o ouvidas por todos cantos de Angola.
Em 1966�� criada a CLSTP (Comit� de liberta�o de S�o Tom� e Pr�ncipe ),sendo Hugo um dos fundadores.
Neste mesmo ano d�-se o golpe de estado, e Nkwme Nkruma � deposto. Nesta sequ�ncia ,Hugo de Menezes como representante dos interesses do MPLA em Accra ,exilou-se na embaixada de Cuba com ordem de Fidel Castro. Com o golpe de estado, as representa�es diplom�ticas que praticavam uma pol�tica favor�vel a Nkwme Nkruma s�o obrigadas a abandonar Ghana .Nesta sequ�ncia , Hugo foge com a fam�lia para o Togo.
Em 1967 Dr Hugo Jos� Azancot parte com esposa para a rep�blica popular do Congo - Dolisie onde ambos leccionam no Internato de 4 de Fevereiro e d�o apoio aos guerrilheiros das bases em especial � Base Augusto Ngangula ,trabalhando paralelamente para o estado Congol�s para poder custear as despesas familhares para que seu esposo tivesse uma disponibilidade total no M.P.L.A sem qualquer remunera�o.
Em 1968,Agostinho Neto actual presidente do MPLA convida-o a regressar para o movimento no Congo Brazzaville como m�dico da segunda regi�o militar: Dirige o SAM e d� assist�ncia m�dica a todos os militantes que vivem a aquela zona. Acompanha os guerrilheiros nas suas bases ,no interior do territ�rio Angolano, onde � alcunhado � CALA a BOCA� por atravessar essa zona considerada perigosa sempre em sil�ncio.
Hugo de Menezes colabora na abertura do primeiro estabelecimento de ensino prim�rio e secund�rio em Dolisie ,onde ele e sua esposa d�o aulas.
Saturado dos conflitos internos no MPLA ,aliado a dif�cil e prolongada vida de sobreviv�ncia ,em 1972 parte para Brazzaville.
Em 1973,descontente com a situa�o no MPLA e a falta de democraticidade interna ,foi ,com os irm�os M�rio e Joaquim Pinto de Andrade , Gentil Viana e outros ,signat�rios do � Manifesto dos 19�, que daria lugar a revolta activa. Neste mesmo ano, participa no congresso de Lusaka pela revolta activa.
Em 1974 entra em Angola ,juntamente com Liceu Vieira Dias e Maria de C�u Carmo Reis ( Depois da chegada a Luanda a sa�da do aeroporto ,um grupo de pessoas organizadas apedrejou o Hugo de tal forma que foi necess�rio a interven�o do pr�prio Liceu Vieira Dias).
Em 1977 � convidado para o cargo de director do hospital Maria Pia onde exerce durante alguns anos .
Na d�cada de 80 exerce o cargo de presidente da junta m�dica nacional ,dirige e elabora o primeiro simp�sio nacional de rem�dios.
Em 1992 participa na forma�o do PRD ( partido renovador democr�tico).
Em 1997-1998 � diagnosticado cancro.
A 11 de Maio de 2000 morre Azancot de Menezes, figura m�tica da historia Angolana.
Publicada por Anónimo em Pensar e Falar Angola a 7 de Abril de 2008 16:11
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JORNAL” REPÚBLICA”
FUNDADOR: DR. ANTÓNIO JOSÉ DE ALMEIDA,
DIRECTOR: CARVALHO DUARTE
DIRECTOR- ADJUNTO: ALFREDO GUISADO
DIÁRIO DA TARDE DE MAIOR CIRCULAÇÃO EM TODO PAÍS
CHEFE DE REDACÇÃO E EDITOR: ARTUR INEZ
TERÇA -FEIRA,10DE SETEMBRO DE 1957
ANO 47( 2ª SÉRIE) - Nº9598- PREÇO 1$00
APRESENTOU UMA GRAVURA COM OS PRESIDENTES DOS ORGÃOS DIRECTIVOS DA CASA DOS ESTUDANTES DO IMPÉRIO:
HUGO MENEZES, DE S. TOMÉ,
CARLOS ERVEDOSA, DE ANGOLA,
FERNANDO VAZ, DE MOÇAMBIQUE.
M�rio de Andrade
14 Rue de Monastir Rabat, le 2 janvier 65
Rabat
Meu caro Hugo,
Embora tardiamente ,Sarah e eu pr�prio formulamos os melhores votos para 1965, � fam�lia Menezes � � sita em Accra�.
Enviamos um telegrama (assinado pelo secretariado da CONCP) a saber exactamente quando pensavas fazer sair o primeiro n�mero do jornal.
Evidentemente, preparei algumas notas sobre a nova literatura e a revolu�o nas col�nias portuguesas. Alem disso, penso que seria extremamente importante que o jornal fizesse eco regular das publica�es da CONCP. Informo - te, a este respeito, que , em principio, ter� lugar (passe o galicismo em Rabat, no fim desta semana a primeira reuni�o do comit� preparat�rio da 2� confer�ncia das organiza�es - membros. Claro que mandarei o comunicado final.
Como v�o as d�marches para o lan�amento do jornal Faulha? Queres informar o DAMZ que � Etincelle� chega-nos aqui via� mar�tima?
Gostaria de obter a refer�ncia do livro sobre as rela�es econ�micas com Portugal, de que me falaste. Poderei continuar a expedir outros livros de que necessites para os teus estudos.
Diz algo, brevemente. Abra�os do
M�rio (Mario Pinto de Andrade)
Alger,1. Agosto. 1965
Caro camarada,
Cordiais saudações.
Os camaradas do centro acabam de pôr ao corrente do teu bilhete, a propósito da minha ida para Accra. Por isso me apresso a responder.
A ideia da minha ida continua de pé. Pelo meu lado,ela depende só mente da obtenção de documentação necessária para viajar. Com efeito, até à data não a conseguiu obter e, com a recente alteração aqui registada, tudo teve de voltar ao ponto zero, dado terem advindo alterações nos organismos encarregados das relações com os movimentos. Porem , essas relações encaminham-se para a normalização e é de esperar que, dentro de 15 dias, se possa tornar a pôr a questão. Daí o não poder indicar-te nome para o bilhete.
Dada esta regularização, pelo lado, e a necessária aquiscência das autoridades daí, creio que o melhor será continuarmos a tratar, cada um, da resolução destes dois problemas fundamentais ,com a vigência necessária e , logo que eles estiverem resolvidos.
Comunicamos mútua e imediatamente a sua solução.
Assim ,logo que esteja em condições de poder viajar comunicar-te-ei imediatamente.
Li atenciosamente o exemplar do “Faúlha” que enviaste ao centro e, francamente , fiquei animado com a linha política que ele defende e com o nível, a um tempo acessível e aprofundado ,das questões expostas.
As possibilidades que um tal jornal oferece à Revolução nas colónias portuguesas são imensas e ele vem , assim, cobrir a falta que fazia notar, de um orgão ideológico.
Se fosse possível ( Sei que o teu tempo é extraordinariamente sobrecarregado) gostaria que me pusesses a par das tuas ideias sobre a linha política do jornal, as necessidades imediatas a que ele tem de responder e , a longo termo, as grandes linhas sobre as quais ele se deve desenvolver, com o decorrer do tempo.
Isto permitir-me-ia enquadrar-me , desde já, na própria ideologia do jornal e, assim, no meio de Argel, procurar contactar pessoas ( Se achares válido) que possam colaborar, assim como material de informação e estudo que poderão ser úteis.
Antes de terminar, gostaria de expressar as minhas sinceras felicitações pelo número que saiu, felicitações redobradas, se se levar em linha de conta todas as dificuldades que se te deparam e que tiveste de ultrapassar para a sua aparição.
Um grande abraço do
Camarada,
Hélder Neto
Carta pertencente ao espolio do Dr Hugo José Azancot de Menezes ( um dos fundadores do M.P.L.A.)
CORPO VOLUNT�RIO DE ASSIST�NCIA AOS REFUGIADOS
(C.V.A.A.R.)
Brazzaville ,18 de Setembro de 1961
Caro Mario de Almeida, prezado compatriota:
Sauda�es cordiais. Em resposta � sua carta de 8 de setembro de 1961, temos a informar-lhe que estivemos com o Videira em Accra e lhe fizemos ciente dos objectivos da nossa organiza�o.
Junto lhe enviamos os estatutos para sua completa documenta�o.
a) Alojamento: O comit� Administrativo da nossa organiza�o resolvendo que o bureau principal do C.V.A.A.R. ficasse instalado em Leopoldville, e os m�dicos morassem juntos num sistema de m�sse, numa villa que satisfizessem as condi�es exigidas para todos os casais.
b) O local de trabalho � junto dos refugiados ,ao longo da fronteira com Angola.
c) As desloca�es s�o � cargo da organiza�o
d) Aguardamos a oficializa�o do C.V.A.A.R. pelo governo do Congo para iniciarmos a nossa actividade. Nessa altura entraremos em contacto consigo.
e) N�o h� propriamente honor�rios. Consoante as possibilidades materiais do C.V.A.A.R. ,assim ser�o as verbas para manuten�o dos m�dicos e suas fam�lias.
E � tudo. Aceite as nossas melhores sauda�es fraternais com um abra�o amigo.
Pelo comit� Administrativo do
CORPO VOLUNTARIO ANGOLANO DE ASSISTENCIA AOS REFUGIADOS
Am�rico BOVOADIDA (Secret�rio Geral)
( DOCUMENTAÇÃO PERTENCENTE AO ESPOLIO DE UM DOS FUNDADORES DO M.P.L.A., Dr Hugo José Azancot de Menezes e esposa , Maria de La Salete Guerra de Menezes ambos locutores da Radio Ghana).
RADIO GHANA
EXTERNAL SERVICE PROGRAMMES
NOVEMBER, 1962
“A true of voice of Africa helping us forward in the fight for emancipation, helping in the total emancipation and political union of African States ; a voice raised forever in the cause of peace and understanding between men and between the nations of the world”____Osagyefo Dr. Kwame Nkrumah, President of the Republic of Ghana.
The third regular conference of the Supreme Council of the joint African High Command of the Casablanca Powers which opened in Accra on September 27 ended on September 29, 1962 .In the picture above are the delegates for the conference with Osagyefo Dr. Kwame Nkrumah, President of the Republic of Ghana (sixth from left in the front row). The conference, opened by delegates from Guinea, Mali, the United Arab Republic, Morocco ,Algeria and Ghana. A spokesman of the command said that the atmosphere which prevailed through- out the discussions was “ cordial and inviting”. The spokesman added that the delegates reaffirmed their determination
Pursue their work relentlessly and reiterated their determination pursue their work relentlessly and reterated their conviction that the joint African High Command had increased in strenger since Algeria`s independence as foreseen by the Casablanca charter. To mark the close of the sessions, the delegates tended a passing-out parade of cadets at the Military Academy at Teshie, near Accra , and afterwards visited the Tema Had our and the volta River Project dam at Akosombo. The Supreme Council agreed to hold its next conference in Algeria January 4,1963.
Dr Hugo Menezes B. P 856, LÉO
Representante do M.P.L.A. 3 de Agosto de 1962
Bureau Of African Affairs
P.O. BOX M 24
Accra - Ghana
Prezado compatriota :
Esperamos que a tua família tenha feito uma boa viagem e que todo o trabalho esteja a decorrer bem no teu novo posto.
Esta é para te participar o seguinte: dentro em breve deverão prosseguir os preparativos para o congresso da mulher angolana aí. Em reuniões que tivemos com 2 elementos da UPA nos dias 1 e 2 deste, determinou-se que o Comité preparatório que vai trabalhar aí seja constituído pelas seguintes pessoas: Maria Ruth Costa ( 3, Rue Rodin, Rabat, Marrocos, D Bernarda de Sousa e Santos e uma “ neutra “ que é a cunhada da tua irmã. Recomendamos e frisamos insistentemente que nenhuma decisão nem démarche do Comité preparatório se torna válida sem a colaboração e o acordo das 3 - por meio das respectivas assinaturas, por exemplo.
Carecemos do teu auxílio no sentido de esclareceres o Bureau aí o facto de o actual Comité preparatório que deve trabalhar em Accra o fazer sempre como um bloco e o Bureau não dever reconhecer pedido nem proposta nenhuma que engaje as mulheres angolanas , sem o acordo desses elementos. Pedimos que faças também um bom corredor para obteres os bilhetes que faltam para o Comité preparatório entrar logo em acção aí: Um para a Ruth e outro para a D. Bernarda Santos . A terceira componente já tem o seu e parte para aí a manhã, mas convém que todas comecem a trabalhar ao mesmo tempo em Accra para se evitarem os golpes usuais . Agarra - te às cunhas altas que já conseguiste.
Por favor , despacha -te com os bilhetes. Manda-nos dizer o que conseguires com a urgência que puderes. Obrigado por tudo e Bom trabalho.
Cordialmente ao dispor ,
DEOLINDA ALMEIDA
Secretária da OMA
SECÇÃO de LÉO ( LÉODPOLVILLE)
CC: Maria Ruth Costa
O PERCURSO De DR HUGO JOSÉ AZANCOT DE MENEZES
Hugo de Menezes nasceu na cidade de São Tomé a 02 de fevereiro de 1928, filho do Dr Ayres Sacramento de Menezes.
Aos três anos de idade chegou a Angola onde fez o ensino primário.
Nos anos 40, fez o estudo secundário e superior em Lisboa, onde concluiu o curso de medicina pela faculdade de Lisboa.
Neste pais, participou na fundação e direcção de associações estudantis, como a casa dos estudantes do império juntamente com Mário Pinto de Andrade ,Jacob Azancot de Menezes, Manuel Pedro Azancot de Menezes, Marcelino dos Santos e outros.
Em janeiro de 1959 parte de Lisboa para Londres com objectivo de fazer uma especialidade, e contactar nacionalistas das colónias de expressão inglesa como Joshua Nkomo( então presidente da Zapu, e mais tarde vice-presidente do Zimbabué),George Houser ( director executivo do Américan Commitee on África),Alão Bashorun ( defensor de Naby Yola ,na Nigéria e bastonário da ordem dos advogados no mesmo pais9, Felix Moumié ( presidente da UPC, União das populações dos Camarões),Bem Barka (na altura secretário da UMT- União Marroquina do trabalho), e outros, os quais se tornou amigo e confidente das suas ideias revolucionárias.
Uns meses depois vai para Paris, onde se junta a nacionalistas da Fianfe ( políticos nacionalistas das ex. colónias Francesas ) como por exemplo Henry Lopez( actualmente embaixador do Congo em Paris),o então embaixador da Guiné-Conacry em Paris( Naby Yola).
A este último pediu para ir para Conacry, não só com objectivo de exercer a sua profissão de médico como também para prosseguir as actividades políticas iniciadas em lisboa.
Desta forma ,Hugo de Menezes chega ao já independente pais africano a 05-de agosto de 1959 por decisão do próprio presidente Sekou -Touré.
Ainda em 1959 funda o movimento de libertação dos territórios sob a dominação Portuguesa.
Em fevereiro de 1960 apresenta-se em Tunes na 2ª conferência dos povos africanos, como membro do MAC , com ele encontram-se Amilcar Cabral, Viriato da Cruz, Mario Pinto de Andrade , e outros.
Encontram-se igualmente presente o nacionalista Gilmore ,hoje Holden Roberto , com o qual a partir desta data iniciou correspondência e diálogo assíduos.
De regresso ao pais que o acolheu, Hugo utiliza da sua influência junto do presidente Sekou-touré a fim de permitir a entrada de alguns camaradas seus que então pudessem lançar o grito da liberdade.
Lúcio Lara e sua família foram os primeiros, seguindo-lhe Viriato da Cruz e esposa Maria Eugénia Cruz , Mário de Andrade , Amílcar Cabral e dr Eduardo Macedo dos Santos e esposa Maria Judith dos Santos e Maria da Conceição Boavida que em conjunto com a esposa do Dr Hugo José Azancot de Menezes a Maria de La Salette Guerra de Menezes criam o primeiro núcleo da OMA ( fundada a organização das mulheres angolanas ) sendo cinco as fundadoras da OMA ( Ruth Lara ,Maria de La Salete Guerra de Menezes ,Maria da Conceição Boavida ( esposa do Dr Américo Boavida), Maria Judith dos Santos (esposa de um dos fundadores do M.P.L.A Dr Eduardo dos Santos) ,Helena Trovoada (esposa de Miguel Trovoada antigo presidente de São Tomé e Príncipe).
A Maria De La Salette como militante participa em diversas actividades da OMA e em sua casa aloja a Diolinda Rodrigues de Almeida e Matias Rodrigues Miguéis .
Na residência de Hugo, noites e dias árduos ,passados em discussões e trabalho… nasce o MPLA ( movimento popular de libertação de Angola).
Desta forma é criado o 1º comité director do MPLA ,possuindo Menezes o cartão nº 6,sendo na realidade Membro fundador nº5 do MPLA .
De todos ,é o único que possui uma actividade remunerada, utilizando o seu rendimento e meio de transporte pessoal para que o movimento desse os seus primeiros passos.
Dr Hugo de Menezes e Dr Eduardo Macedo dos Santos fazem os primeiros contactos com os refugiados angolanos existentes no Congo de forma clandestina.
A 5 de agosto de 1961 parte com a família para o Congo Leopoldville ,aí forma com outros jovens médicos angolanos recém chegados o CVAAR ( centro voluntário de assistência aos Angolanos refugiados).
Participou na aquisição clandestina de armas de um paiol do governo congolês.
Em 1962 representa o MPLA em Accra(Ghana ) como Freedom Fighters e a esposa tornando-se locutora da rádio GHANA para emissões em língua portuguesa.
Em Accra , contando unicamente com os seus próprios meios, redigiu e editou o primeiro jornal do MPLA , Faúlha.
Em 1964 entrevistou Ernesto Che Guevara como repórter do mesmo jornal, na residência do embaixador de Cuba em Ghana , Armando Entralgo Gonzales.
Ainda em Accra, emprega-se na rádio Ghana juntamente com a sua esposa nas emissões de língua portuguesa onde fazem um trabalho excepcional. Enviam para todo mundo mensagens sobre atrocidades do colonialismo português ,e convida os angolanos a reagirem e lutarem pela sua liberdade. Estas emissões são ouvidas por todos cantos de Angola.
Em 1966´é criada a CLSTP (Comité de libertação de São Tomé e Príncipe ),sendo Hugo um dos fundadores.
Neste mesmo ano dá-se o golpe de estado, e Nkwme Nkruma é deposto. Nesta sequência ,Hugo de Menezes como representante dos interesses do MPLA em Accra ,exilou-se na embaixada de Cuba com ordem de Fidel Castro. Com o golpe de estado, as representações diplomáticas que praticavam uma política favorável a Nkwme Nkruma são obrigadas a abandonar Ghana .Nesta sequência , Hugo foge com a família para o Togo.
Em 1967 Dr Hugo José Azancot parte com esposa para a república popular do Congo - Dolisie onde ambos leccionam no Internato de 4 de Fevereiro e dão apoio aos guerrilheiros das bases em especial á Base Augusto Ngangula ,trabalhando paralelamente para o estado Congolês para poder custear as despesas familhares para que seu esposo tivesse uma disponibilidade total no M.P.L.A sem qualquer remuneração.
Em 1968,Agostinho Neto actual presidente do MPLA convida-o a regressar para o movimento no Congo Brazzaville como médico da segunda região militar: Dirige o SAM e dá assistência médica a todos os militantes que vivem a aquela zona. Acompanha os guerrilheiros nas suas bases ,no interior do território Angolano, onde é alcunhado “ CALA a BOCA” por atravessar essa zona considerada perigosa sempre em silêncio.
Hugo de Menezes colabora na abertura do primeiro estabelecimento de ensino primário e secundário em Dolisie ,onde ele e sua esposa dão aulas.
Saturado dos conflitos internos no MPLA ,aliado a difícil e prolongada vida de sobrevivência ,em 1972 parte para Brazzaville.
Em 1973,descontente com a situação no MPLA e a falta de democraticidade interna ,foi ,com os irmãos Mário e Joaquim Pinto de Andrade , Gentil Viana e outros ,signatários do « Manifesto dos 19», que daria lugar a revolta activa. Neste mesmo ano, participa no congresso de Lusaka pela revolta activa.
Em 1974 entra em Angola ,juntamente com Liceu Vieira Dias e Maria de Céu Carmo Reis ( Depois da chegada a Luanda a saída do aeroporto ,um grupo de pessoas organizadas apedrejou o Hugo de tal forma que foi necessário a intervenção do próprio Liceu Vieira Dias).
Em 1977 é convidado para o cargo de director do hospital Maria Pia onde exerce durante alguns anos .
Na década de 80 exerce o cargo de presidente da junta médica nacional ,dirige e elabora o primeiro simpósio nacional de remédios.
Em 1992 participa na formação do PRD ( partido renovador democrático).
Em 1997-1998 é diagnosticado cancro.
A 11 de Maio de 2000 morre Azancot de Menezes, figura mítica da historia Angolana.
1) Anos 50: http://africadocch.letras.ulisboa.pt/anos-50/
2) Anos 60: http://africadocch.letras.ulisboa.pt/anos-60/
3) CVAAR: http://africadocch.letras.ulisboa.pt/cvaar-corpo-voluntario-angolano-de-assistencia-aos-refugiados/
4) Fotografias: http://africadocch.letras.ulisboa.pt/fotografias/
5) Página principal HAM: http://africadocch.letras.ulisboa.pt/hugo-azancot-de-menezes-1928-2000/
Mon père nommé Hugo José Azancot de Menezes fût politicien depuis le Portugal où il a terminé ses études universitaires comme médecin. Là il débute sa trajectoire politique et aussi hérité de l'esprit de son père qui fût le premier noir santomense a subir la formation en médecine et especialiser en obstétrique. Son père se nommait Ayres sacramento de Menezes qui est mort en Angola. Mon père fut un des fondateurs du MPLA parmi les six. Son parcours commence au Portugal, Londres, Guinée Conacry a l'aide de Sékou Touré. Il faut médecin de sékou Touré et famille. Ensuite le Congo Kinshasa entre 1960 et 1962, Ghana à l'aide de Nkrumah. Craie l'émission on langue portugaise et avec le coup d'état a Nkrumah fuit au Togo et ensuite vas au Congo Brazzaville. Avec l'indépendance de l'Angola il rentre dans de Pays. En Guinée Conakry avec l'aide de Sékou Touré il rassemble les premiers membres qui dont il fait part qui constitue le premier comité directeur et chez luis en Guinée Conakry que le MPLA , mouvement populaire de libération du MPLA est fonder. Au Congo il fut médecin a BOKO entre 67 et 68. Ensuite a travaillé à DOLISIE et pour fin a Brazzaville a l'hôpital général. Il était três amis a monsieur Henri Lopes depuis le temps de ugean à Paris. A DOLISIE e Brazzaville comme médecin et politiciens fut beaucoup d'amitiés. A Boko il avait des très grands liens Avec Massamba Débat et beaucoup d'autres intellectuels et populations. Le butin documentaire de mon père est composé de 2500 documents liés à sa carrière politique et d'environ 80 lettres de son père Aires do Sacramento de Menezes. Ces documents ont été prêté à l'université de lettre à Lisbonne, Portugal pour pouvoir construire le. Site.
named Hugo José Azancot de Menezes was a politician from Portugal where he completed his university studies as a doctor. There he began his political career and also inherited the spirit of his father who was the first black Santomense to undergo training in medicine and specialize in obstetrics. His father was named Ayres sacramento de Menezes who died in Angola. My father was one of the founders of the MPLA among the six. His journey begins in Portugal, London, Guinea Conacry with the help of Sékou Touré. We need Sékou Touré and family's doctor. Then Congo Kinshasa between 1960 and 1962, Ghana with the help of Nkrumah. Chalk the program in Portuguese language and with the coup d'etat has Nkrumah flees to Togo and then goes to Congo Brazzaville. With the independence of Angola it returns to Country. In Guinea Conakry with the help of Sékou Touré he brings together the first members who he is part of which constitutes the first steering committee and at his home in Guinea Conakry that the MPLA, popular liberation movement of the MPLA is to found. In the Congo he was a doctor at BOKO between 67 and 68. Then he worked at DOLISIE and finally in Brazzaville at the general hospital. He was very friends with Monsieur Henri Lopes since Ugean's time in Paris. In DOLISIE e Brazzaville as doctor and politicians was a lot of friendships. In Boko he had very strong links with Massamba Débat and many other intellectuals and populations. M'y fathers documentary booty ,consisting of 2,500 documents related to his political carrer and around 80 lettres from his fathers Aires de Sacramento de Menezes.
A caminho d dois anos foi entregue pela viúva e filhos do co-fundador do MPLA Dr Hugo José Azancot de Menezes a universidade de letras de Lisboa, o espólio documental original composto por 2509 documentos. O espólio contém informações sobre a criação e dinâmica da criação da casa dos estudantes de império, preparação da ida para Londres, preparação da ida e actividade política em Londres com políticos africanos das eis colónias inglesas, preparação da ida para Guiné Conacry,troca de correspondência com grandes políticos guineenses e africanos dos anos 50 para preparar a instalação das bases para a grande desafio político a criação de movimentos políticos que deram origem ao MPLA, clstp, PDG e outras formações. Também existe muitas correspondência com figuras importantes da época como o Amílcar Cabral, Viriato da cruz , Mário Pinto de Andrade, Lúcio Lara , Agostinho Neto e outros. O espólio contém o primeiro jornal do MPLA criado e publicado pelo Dr Hugo José Azancot de Menezes. Encontramos correspondência da rádio de Ghana nos anos 60, muita documentação sobre o cvaar em Kinshasa, jornais em línguas nacionais, documentos sobre Tunis, Togo, no Congo Brazzaville a sua vida política e nas regiões do Congo como Bolo , Dolisie, bases do MPLA. Também acresce aos 2500 documentos ,dezenas de fotografias e 80 cartas originais do pai o Dr Aires de Sacramento de Menezes.
https://drive.google.com/file/d/1o9IDsTK_smhF6vIe3xFFB6iB4IffItc5/view?usp=drivesdk
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