rebuscando um texto antigo e à espera que o tempo limpe as arestas e as areias que toldam as mentes ainda.
Hoje, 27 de Maio de 2012, recordo o 27 de Maio de 1977 sem necessidade de fazer qualquer levantamento do número de vitimas, dos culpados, dos inocentes e dos que nem tiveram tempo de saber o que é que se passou realmente.
As famílias choram os seus mortos, seus heróis e vitimas, de forma afectiva, carinhosa e saudosa, como é próprio das família. Em ambos lados, do triângulo ou quadrado dos acontecimentos, dos paralelismos coincidentes, vão culpar A ou B, ou todo o abecedário, dos torturados, desaparecidos ou concentrados em campos de concentração provisórios ou imaginários, dos fuzilados e dos assassinados.
Eu apenas não quero deixar de mencionar a data, porque faz parte da Historia de Angola, escrita, desenhada, investigada mas não esclarecida, porque ainda faz parte da alma de quem fez todas estas outras coisas. Os que tentam esquecer e os que querem reviver não conseguem ser transparentes e equidistantes de razões, acções e reacções.
Esta imagem veio-me parar ao e-mail, como outras chocantes. Não identificadas e 'escondidas' num anonimato pelo que a uso para, repito, recordar um dia da História de Angola e não como propaganda política actual, porque acredito que um dia vai ser escrita como História de Angola e não como um facto político carregado de emoção.
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